O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, mandou soltar Monica Moura, mulher do ex-marqueteiro do PT João Santana. A decisão foi confirmada pelo advogado de defesa, Fábio Tofic Simantob, nesta segunda-feira (1º).
O casal foi preso durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, em fevereiro deste ano. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, foram encontrados indícios de que Santana recebeu US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014.
De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro é oriundo de propina retirada de contratos da Petrobras e da Sete Brasil – empresa criada para operação do pré-sal.
Zwi é representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels e, segundo os procuradores, foi citado por delatores da operação do esquema como elo de pagamentos de propina. O engenheiro tem acordo de colaboração com a força-tarefa.
A denúncia
O dinheiro, conforme os procuradores, teve origem em contratos celebrados entre o estaleiro Keppel Fels e a Petrobras para a realização das plataformas P-51, P-52, P-56 e P-58.
Segundo a denúncia, houve pagamento de propina para Renato Duque e Pedro Barusco nesses contratos. Ambos têm condenação na Lava Jato.
Duque está preso no CMP, e Barusco cumpre pena regime aberto diferenciado – que estabelece recolhimento domiciliar durante a noite e nos fins de semana e feriados.
A Keppel Fels também tinha contratos com a Sete Brasil para construção de sondas que chegam a R$ 185 milhões.
Segundo as investigações, um terço da propina paga nesses contratos foi dividido entre o ex-presidente da Sete Brasil João Ferraz e os ex-gerentes da Petrobras Pedro Barusco e Eduardo Musa – todos são colaboradores da Lava Jato.
Os outros dois terços foram encaminhados ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que solicitou que parte dos depósitos ficasse com João Santana e Monica Moura, segundo a denúncia.
Assim que o conteúdo da investigação se tornou público, os adovogados que representam Santana e Moura afirmaram que recursos em contas do exterior provêm, exclusivamente, de campanhas feitas em outros países. Segundo a defesa, “nehhum centavo” é de campanha brasileira.
Quando Zwi foi preso, a defesa dele afirmou que o engenheiro só falaria nos autos do processo e que considerava a prisão desnecessária.