Ao comemorar um ano da aprovação da Agenda 2030, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou que o fim da pobreza extrema no mundo depende da decisão dos governos de “dar maior espaço para a ciência” na tomada de decisões internacionais. Ele disse que a ciência também é essencial para prevenir os malefícios de uma mudança climática radical na terra.
O fim da pobreza extrema e a adoção de medidas para evitar os efeitos decorrentes de mudanças climáticas são duas das metas estabelecidas pela Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável e pelo Acordo de Paris. A agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável e as 169 metas foram aprovados em declaração elaborada de 25 a 27 de setembro do ano passado pela ONU.
A Agenda 2030, que também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade, destaca que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Ban Ki-moon recebeu (18), no último domingo, o relatório final do Conselho Consultivo Científico da ONU, que faz um balanço sobre o trabalho das Nações Unidas em relação ao fornecimento de conselhos sobre ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento sustentável. De acordo com o relatório, a ciência é um bem público e merece ser mais valorizada e utilizada eficazmente pelos governos e autoridades em todos os níveis.
Para especialistas do conselho consultivo, todas as nações devem investir mais em ciência, tecnologia e em inovação, para tornar possível uma virada de jogo na maneira como os governos e a sociedade lidam com todos os desafios globais mais urgentes. “Este é um momento crítico na história da humanidade. Enfrentamos desafios e oportunidades nunca antes encarados. Somos a primeira geração que pode acabar com a pobreza extrema, e a última que pode evitar a ameaça da mudança climática”, afirmou o secretário-geral em discurso na ONU.
Ban Ki-moon ressaltou que a ciência é fundamental para o cumprimento das metas transformacionais da Agenda 2030 e do Acordo de Paris, que, “juntos, fornecem um plano para a paz, para a dignidade, prosperidade e oportunidade para todos em um planeta saudável”.
O secretário destacou ainda a importância do papel desempenhado pelo Conselho Consultivo Científico das Nações Unidas na modelagem da nova agenda global e em auxiliar a própria organização e os Estados-Membros a compreender melhor os desafios e as oportunidades da sustentabilidade.
O Conselho Consultivo Científico, presidido pela diretora-geral da Unesco (agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura), Irina Bokova, foi fundado pelo secretário-geral em 2014. O grupo reúne 25 eminentes cientistas de todas as regiões do mundo e tem o objetivo de fornecer uma visão completa das necessidades científicas para enfrentar os desafios globais, levando em consideração as ciências naturais e sociais e os sistemas de conhecimento locais e indígenas.