No  estado  de  São  Paulo  mais  de  60%  dos  casos de ameaças de morte
  envolvendo  crianças  e  adolescentes  em  São  Paulo estão associadas ao
  tráfico  de  drogas.  Os  dados  são do Programa de Proteção a Crianças e
  Adolescentes  Ameaçados  de  Morte  (PPCAAM),  o instrumento de combate à
  violência   letal   contra   crianças  e  adolescentes,  coordenado  pela
  Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo.

  Segundo  o  Programa,  que  atendeu  371  casos  entre  outubro de 2012 e
  novembro  de  2014  em  São  Paulo,  as  vítimas  são  na maioria do sexo
  masculino (79%), negros/pardos (77%), estão na faixa etária entre 15 a 17
  anos (68%), e moradores da capital (64%). Cerca de 80% dessas vítimas são
  encaminhadas   para  o  serviço  de  proteção  por  meio  de  acolhimento
  institucional.

  ‘Crianças  e adolescentes ameaçados de morte e os desafios da proteção’ é
  o  tema  do  próximo  debate  promovido  pela  Secretaria  de  Estado  de
  Desenvolvimento  Social (Seds) nesta quinta-feira (29/09). O encontro faz
  parte  da  Série Dialogando e será realizado no auditório da Secretaria –
  Rua Bela Cintra, 1032 – das 09h às 13h.

  Em   São   Paulo,   pela   Assistência  Social,  a  rede  de  acolhimento
  institucional  para  crianças  e  adolescentes conta com 858 equipamentos
  co-financiados  pelo  Estado,  além  dos  1085  Centros  de Referência em
  Assistência  Social  (CRAS),  276  Centros  de  Referência em Assistência
  Social  e 56 Centros Pop, segundo o PMASWeb. O cofinanciamento nesta área
  chega ao valor de R$ 90 milhões de reais.

  Os  fluxos  de  atendimento, a proteção familiar, o direito à convivência
  familiar  e  comunitária,  além  de  um  panorama  mais  completo sobre a
  letalidade  e  o  mapa  da  violência  serão apresentados e debatidos por
  especialistas.

  Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, a
  violência  contra  crianças  e  adolescentes é grave violação de direitos
  humanos  e  protege-las das várias formas de violência é missão de todos.
  “Encontros  como  este  são  fundamentais  para  promover  a informação e
  formação   sobre   as   temáticas   da   Proteção  Social  Especial  e  a
  Intersetorialidade necessária para o enfrentamento à violência que atinge
  crianças e adolescentes”, diz.

  Série Dialogando

  A  Série  Dialogando 2016: Desafios para a Política de Assistência Social
  no  Estado  de  São Paulo, uma iniciativa da Coordenadoria de Ação Social
  (CAS),  em  parceria  com a Escola de Desenvolvimento Social de São Paulo
  (Edesp),  tem  como objetivo organizar um seminário por mês para discutir
  temas  relacionados  à  área  de  Proteção Social Especial na Política de
  Assistência Social.

  Este  será  o  sexto  encontro  promovido pela Secretaria que já discutiu
  temas  como  “Medidas  Socioeducativas  para  Crianças  e  Adolescentes”,
  “Mulheres  no  Cárcere”  e “Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de
  Crianças  e  Adolescentes  e  as  Mídias Sociais”, “Diversidade Sexual no
  Contexto  da  Família” e “Pessoas em Situação de Rua e estratégias para a
  construção de autonomia”.

  Sobre o PPCAAM

  O  PPCAAM/SP tem por finalidade proteger crianças e adolescentes expostos
  a  grave ameaça no Estado de São Paulo, podendo ser estendida a jovens de
  até 21 anos, desenvolvido em conformidade familiar, não sendo vinculado à
  colaboração  do  protegido  em  inquérito  policial ou processo criminal.
  Quando necessário, o programa inclui o núcleo familiar do ameaçado.

  A  inclusão  no programa é realizada por equipe técnica executora, após o
  encaminhamento  do  caso  por  um dos seguintes órgãos: Conselho Tutelar,
  autoridade   judiciária   competente,  Defensoria  Pública  e  Ministério
  Público.

  A  duração  do  programa  é  de  até  um  ano,  podendo ser prorrogada em
  situações  excepcionais,  e  depende  da  voluntariedade do ameaçado e de
  anuência   dos   representantes   legais   ou  da  autoridade  judiciária
  competente, quando for o caso. Após a inclusão no programa, o protegido e
  seus  familiares  terão  de  observar  determinadas  regras,  sob pena de
  exclusão.  Mais  informações  em  http://www.justica.sp.gov.br/  ou  pelo
  telefone (11) 3291-2644 e 3104-4041.