Estudo da Serasa Experian revela que o número de recuperações judiciais requeridas no setor de comércio no país mais que dobrou na comparação entre os sete primeiros meses de 2016 e os sete primeiros meses de 2015. O aumento chegou a 106,9%. Entre janeiro e julho de 2015 as recuperações judiciais requeridas somavam 187 e, no mesmo período de 2016, foram 387. Enquanto em 2015 o segmento respondia por 29,8% do total de recuperações requeridas, em 2016 o percentual aumentou para 35,2%.
A recuperação requerida se dá quando a empresa entra com o pedido de recuperação em juízo, acompanhado da documentação prevista em lei, e que será analisado pelo juiz. Neste momento, verificará se o pedido poderá ser aceito. O segundo segmento que mais sofreu aumento neste tipo de requisição neste ano foi o de serviços. De janeiro a julho de 2016 foram 427 pedidos contra 252 no mesmo intervalo de meses do ano passado.
Já o setor industrial registrou aumento de 53,0% nas recuperações judiciais requeridas, passando de 166, entre janeiro e julho de 2016, para 254, entre janeiro e julho de 2016. Entre todos os segmentos, o aumento no número de recuperações requeridas no mesmo período foi de 75,1%, passando de 627 requisições, nos sete primeiros meses de 2015, para 1.098 em igual período de 2016.
Na análise comparativa mensal, entre julho de 2015 e julho de 2016, também há aumento de pedidos de recuperação requerida em todos os segmentos, passando de 135 na avaliação anterior para 175 na atual. Nesse caso, serviços é o setor que mais registrou aumento, com alta de 66,0%.
Segundo os economistas da Serasa Experian, a expressiva queda no consumo das famílias neste ano de 2016, determinada pela escalada do desemprego, pela inflação e juros altos, impactaram negativamente a atividade do setor comercial. Isto provocou um crescimento acentuado nos pedidos de recuperação judicial nas empresas deste setor.
FALÊNCIAS – O estudo ainda revelou que serviços foi o segmento mais impactado pelos pedidos de falência na comparação entre janeiro e julho de 2016 e o mesmo período de 2015. Foram 421 solicitações contra 361 requeridas por empresas do setor nos primeiros sete meses do ano passado: um aumento de 16,6%. Entre janeiro e julho deste ano, serviços respondeu por 39,8% do total de falências requeridas entre os segmentos, enquanto, em 2015, o percentual foi de 37,2%. Ao todo, contemplando todos os setores, foram 971 pedidos de falência nos primeiros sete meses de 2015 e 1.058 no mesmo intervalo de 2016 ou 8,95% a mais.
Na indústria também houve aumento de 11,2% no número de falências requeridas na comparação entre os períodos. O estudo apurou 395 solicitações entre janeiro e julho de 2016 (37,3% do total) e 355 entre janeiro e julho de 2015 (36,6% do total). Já no comércio, as falências permaneceram estáveis: 240 pedidos em cada um dos levantamentos, sendo que, nos primeiros sete meses de 2016, esse número representou 22,7% do total e, em igual período de 2015, 24,7% do total geral.
Ao analisarmos apenas os meses de julho de 2015 e 2016, porém, o setor de serviços é o único a registrar decréscimo no número de pedidos de falência: foram 54 em julho/2016 contra 62 em julho/2015.