O número de queimadas no Brasil, este ano, cresceu em 65%, se comparado ao mesmo período de 2015, de janeiro a agosto. Os dados são de um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação. Até o início de agosto, foram registrados mais de 53 mil focos e incêndios pelas florestas do país, de acordo com o órgão. Situação que pode se agravar ainda mais em setembro, época do ano em que, geralmente, essas ocorrências se tornam mais frequentes.
“Setembro é a época do ano em que a temporada de queimadas atinge seus níveis mais extremos porque estamos no auge do verão nas florestas. E, durante esse período, as chuvas são também menos frequentes nessas regiões”, conta o Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
Segundo o Inpe, o estado do Mato Grosso lidera o ranking de queimadas no país em 2016, com mais de 15 mil focos de calor registrados nos primeiros oito meses do ano, número 45% maior se comparado também ao mesmo período de 2015. “Os impactos ambientais são enormes. Além de destruir toda a vegetação local, os incêndios também afetam a fauna”, diz o Biólogo. Este ano, cobras, onças, macacos, tamanduás e tartarugas estão entre algumas espécies de animais queimados que foram resgatados, tratados e depois devolvidos à natureza pelo Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental do MT.
Para o Biólogo é preciso mais rigor na fiscalização, pois além do tempo seco, a ação do homem é uma das principais causas de incêndios florestais nesta época do ano. “Indispensáveis para o equilíbrio do clima, nossas florestas vão perdendo sua capacidade de recuperação, e aos poucos vamos dizimando toda nossa biodiversidade. É preciso acabar com isso”, conclui o membro do CRBio-01.