O Brasil vive hoje uma das maiores e mais duras crises de toda a sua história. Temos 12 milhões de desempregados, uma economia em recessão e o terror instalado pelo país. No meio desse cenário de caos, é o momento de analisarmos a origem da nossa crise.
Ninguém ignora que a crise econômica é decorrência também da crise política, onde se abre uma discussão sobre a gestão pública e o papel do administrador. Hoje, com a situação em que o País se encontra, PIB negativo, indústria destruída, e esse nível de desemprego , o administrador passa a ter um papel ainda mais relevante dentro do cenário político econômico do País.
Não temos dúvida a respeito do papel e discussão da importância desse profissional para o desenvolvimento do país. Em momentos de crise como esse é que as empresas e instituições como um todo carecem de processos de gestão. As entidades, empresas e instituições que não se dão conta disso vão, gradativamente, caminhando para a mortalidade.
Dai a importância de se levar a discussão fora dos limites dos Conselhos de Administração. O momento é crítico e precisamos ter transparência e opinião no contexto nacional. Precisamos defender nossos valores e nossa categoria, porque precisamos de competência na administração seja ela pública ou privada.
Não ter controle, coordenação, planejamento, organização, “feedback” avaliativo é desconhecer a vida de uma empresa ou de um País, de um Estado ou municípo. A profissão vem acrescentando e ainda tem muito a acrescentar ao processo produtivo e aos sistemas de gestão. Mas é preciso que todos os administradores tenham claro que só com uma política bem colocada na defesa dos interesses da profissão podemos fazer esse País voltar a crescer e fazer com que a profissão de administrador seja reconhecida e respeitada.
Empresas conduzidas apenas por amadores devem caminhar para a triste estatística da mortalidade, como países que não tenham administradores não conseguem gerar riqueza e bem estar para os seus cidadãos e nem fazer com que o crescimento econômico gere os dividendos necessários.
Nesse sentido, torna-se imperioso promover a interiorização do CRA-SP e fortalecer as seccionais. E é de fato algo que precisamos dar uma atenção muito forte. Se queremos ter os administradores unidos e com acesso as mais diversas atividades e serviços do CRASP o conselho tem que ser forte e atuante no interior.
Essa é a nossa bandeira: sermos identificados como um conselho do estado e não apenas da capital e as seccionais precisam ser de fato braços fortes do conselho em suas macro regiões, se quisermos assistir ao crescimento desse País e colocar o administrador no seu devido lugar, ocupando um papel estratégico no desenvolvimento da Nação.”
*Milton Luiz Milioni é administrador de empresas pela FEA USP, membro do Conselho do Mercado de Capitais da Anbima