O 1º Mutirão da Paternidade Responsável no Interior do Estado, aconteceu ontem, 24, em Dracena, com cerca de 80 atendimentos e mais de 400 pessoas envolvidas. O projeto da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, foi realizado no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), instalado na Rede Gonzaga de Ensino Superior (Reges), e organizado na cidade pelo próprio Cejusc, juntamente com o Poder Judiciário e o Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc).
O evento realizou perícias de coletas de materiais genéticos, visando o exame de DNA, e, com isso, o reconhecimento da paternidade dos indivíduos que procuraram pelo serviço. De acordo com Maria Dias Pereira de Medeiros, gestora do Cejusc, foram agendados 70 atendimentos, porém a equipe se disponibilizou a atender casos que não haviam sido marcados.
“O intuito de um evento desse porte é promover a cidadania. Sou uma funcionária com 30 anos de experiência e já vi pessoas esperarem dois anos por um resultado de DNA, mas com essa oportunidade o indivíduo será reconhecido e registrado pelo pai de maneira muito mais breve. É um acolhimento para essa população que já sofre por diversas razões”, discursou a gestora do Cejusc.
Para Karen Regina Amato Samos, coordenadora do Núcleo de Coleta e Controle de qualidade do Imesc, a iniciativa facilita o acesso ao exame de reconhecimento de paternidade para a população, de maneira simples e eficiente.
“O exame de sangue é o principal método utilizado para o teste de DNA, mas em pessoas que passaram por transplante de medula óssea em qualquer fase da vida, ou transplante de órgãos nos últimos seis meses, o mecanismo utilizado é a coleta de mucosa oral (saliva)”, explica a coordenadora do Imesc, que ressalta ainda que o mesmo critério da saliva é usado para quem recebeu transfusão de sangue do mês de maio em diante.
Os exames coletados no Mutirão serão enviados ainda hoje, 25, para o laboratório do Imesc na capital paulista e demoram 45 dias para ficarem prontos. Os laudos serão encaminhados ao Cejusc de Dracena, que será o responsável pela devolutiva às famílias. É a primeira vez que o Instituto de Medicina Social e de Criminologia participa de um mutirão no interior.
Semana Nacional de Conciliação
Simultâneo ao Mutirão da Paternidade Responsável, ocorre a Semana Nacional de Conciliação, que começou na segunda-feira, 21, e termina hoje, 25.
De acordo com o juiz de direito e coordenador do Cejusc Dracena, Marcus Frazão Frota, a ação de ontem é um marco para a população, já que o serviço era oferecido na região apenas em Presidente Prudente, com o atendimento limitado a 40 exames por mês, para atender todo o Oeste Paulista.
“É uma semana de cidadania. Por ano temos cerca de 400 ações de paternidade aqui na cidade. Há um projeto da Corregedoria em oficiar as escolas para que indiquem quais alunos não constam o pai na certidão de nascimento e assim notificamos as mães, a fim de que toda criança tenha a paternidade formalmente reconhecido e os direitos sejam executados”, finaliza Marcus Frazão.