A Chapecoense conseguiu na noite de quarta-feira, em uma Arena Condá abarrotada, entrar para a história, segurar os argentinos do San Lorenzo e garantir sua classificação inédita para a grande decisão da Copa Sul-Americana de 2016.
O melhor de tudo vem a seguir: mesmo sendo um clube de cidade pequena e de história curta, a Chapecoense virou exemplo de gestão e, apesar das baixas receitas, ela pode comemorar o feito de quase não ter dívidas a pagar.
Segundo estudo realizado pelo especialista em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi,ela foi a agremiação que menos devia entre todas as 20 maiores no ano de 2015: só R$ 2,2 milhões, número muito menor que o próximo na lista, o também catarinense Joinville (R$ 15,8 milhões).
Mais que isso: a Chapecoense segue se mantendo na primeira divisão e terminando dignamente os últimos Brasileirões sendo um dos times que menos recebem em direitos de televisão (R$ 25 milhões, o terceiro pior) e patrocínio e publicidade (R$ 7 milhões, o quarto pior), além de gastar menos com departamento de futebol (R$ 41,1 milhões, o quarto mais barato) e com transferências (R$ 4 milhões, o segundo menor).
Atualmente, por exemplo, o “Verdão do Oeste” é o nono colocado do certame nacional, com 52 pontos ganhos, só três abaixo do Botafogo, que seria o primeiro time a se classificar para a Libertadores da América via G-6.
Todo seu primor na gestão não só dá resultados dentro de campo, mas também gera satisfação fora dele. Em março deste ano, a diretoria da Chapecoense reuniu seus funcionários em um café da manhã e surpreendeu ao anunciar a todos que receberiam o 14º salário. Tudo como premiação por manter o time na elite desde 2014.
“Foi um reconhecimento ao trabalho de todos eles. Uma forma de mostrar a importância de cada um em nosso dia-a-dia. Do roupeiro ao presidente. Mais do que merecido. Essa foi uma decisão de toda a diretoria. E deixamos claro que iremos repetir em caso de manutenção na primeira divisão por mais um ano”, afirmou à época o mandatário Sandro Pallaoro.
Foi só árbitro soar o apito final – após uma defesa milagrosa do goleiro Danilo, no último segundo, diga-se – para não só a Condá explodir, como também as redes sociais.
O mais curioso, porém, é o fato de não apenas torcedores da Chapecoense comemorarem o feito inédito de um catarinense na decisão de um torneio internacional, mas também a de diversos outros clubes do futebol brasileiro.
A Chape virou, de fato, o “time do Brasil”.
Fãs de Palmeiras, Flamengo, Santos, Atlético-MG, outros gigantes, e até de “rivais”, como Avaí e Figueirense, imediatamente demonstraram seu carinho e apoio pela equipe que atualmente encanta o país.
“Um time de futebol que paga os salários em dias e joga como time grande, merece respeito! Chapecoense jamais foi rebaixada para a Série B! Fará dupla com o meu Avaí na Série A 2017! Chapecoense, a Sul-Americana é sua!”, escreveu o torcedor Carlls Fidelis, na parte de comentários do ESPN.com.br. Este foi só um dos vários exemplo