O Brasil é pioneiro na consolidação de legislação sobre direitos infantis. Um dos principais avanços foi a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que deu origem também aos Conselhos Tutelares.
Na última quinta-feira, 18, foi comemorado o dia do conselheiro tutelar, profissão que zela pelos direitos da criança e do adolescente e que é exercida por cerca de 30 mil pessoas no país. Em Dracena, o órgão composto pelos conselheiros Cláudia Ledo dos Santos, Tatiane Vargas, Cristina Campanari, Clauci Gonçalves e Carlos Martinez, já realizou cerca de 1mil atendimentos, apenas em 2016, na cidade e nos distritos de Jamaica e Jaciporã.
“Este número não é motivo para comemorar, pois ele mostra como há jovens em vulnerabilidade. Porém, o Conselho Tutelar de Dracena tem sido muito atuante. Temos uma demanda grande e acredito que até mesmo caberia outra unidade na nossa cidade, mas com dedicação e competência, temos executado nosso trabalho com muita eficiência”, argumentou Claudia, que além de conselheira é também psicóloga e a coordenadora da repartição.
Entre os casos mais comuns, os conselheiros apontam as ocorrências de escolas, principalmente faltas, evasão e mau comportamento. Mas indagados sobre um evento mais marcante, a resposta é unânime: “todos são especiais”. Isso porquê, segundo os profissionais, não é possível classificar um caso como melhor ou pior, todos têm que receber a atenção devida. “Além da primazia, tem que defender e ver o lado social”, menciona Cristina Campanari.
Prós e contras
Uma reclamação comum em inúmeros profissionais, de diversas áreas, também está presente entre os conselheiros tutelares: falta reconhecimento. A queixa da classe é que muitos não sabem o verdadeiro trabalho que exercem e suas atribuições, além da ausência de divulgação e conscientização.
“A sociedade também tem o dever de denunciar e precisa ter mais consciência, porque ainda há muita coisa que não chega ao nosso conhecimento, principalmente violência física e abuso sexual. Não é um trabalho fácil, mas quando fazemos com amor, tudo é gratificante”, expõe Clauci Gonçalves.
Na mesma linha de raciocínio, o conselheiro Carlos defende que “é uma profissão linda, espetacular e tem que ser feita por quem gosta, para defender o direito que é violado. Exige muito, por isso deveria haver mais valorização perante a sociedade, devido ao papel que se assume perante a lei”.
Mas mesmo com todas as dificuldades, na contramão dos problemas os cincos concordam que ainda que tenham obstáculos, a melhor parte compensa as demais: proteger as crianças e os adolescentes. “Resgatar o sorriso de uma criança que passou por um momento tão difícil é o melhor presente. Digo que fui escolhida para essa profissão, porque eu faço com amor”, emociona-se Claudia Ledo.
“Também é muito satisfatório quando existe uma violação dentro da família, no qual a gente busca todos os recursos para poder estar ajudando e eles aderem, aceitam nossa ajuda e dos outros órgãos. É recompensante fazer o seu trabalho e a diferença na vida de alguém”, finaliza Tatiane.
Serviço: O Conselho Tutelar de Dracena fica na avenida Expedicionários, n.º 1509. Denuncias podem ser feitas na própria sede, no telefone (18) 3822-1541ou também do Disque 100.