‘
”
Em virtude do Dia Nacional da Consciência Negra, a Fundação Seade e o Dieese divulgam estudo sobre os negros no mercado de trabalho da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, em 2015, com base nas informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada mensalmente.
A análise mostra que o rendimento médio real por hora dos negros (R$ 9,39) representa 67,7% daquele referente aos não negros (R$ 13,88). A retração no período 2014-2015 do rendimento por hora dos não negros (-8,0%) foi mais intensa do que a ocorrida entre os negros (-2,2%), fazendo com que diminuísse a distância entre os dois valores, já que em 2014 o rendimento médio por hora dos negros correspondia a 63,7% daquele dos não negros.
Essa redução mais forte dos rendimentos médios dos não negros, reduzindo a diferença dos valores em comparação com os dos negros, foi praticamente generalizada nos setores analisados. Nos Serviços, os negros recebiam, em 2015, 63,7% dos rendimentos por hora dos não negros, relação melhor do que a de 2014, quando esse porcentual era de 59,1%. A Indústria manteve a mesma proporção do ano anterior, quando os negros ganhavam o equivalente a 70,1% do rendimento médio por hora dos não negros. No Comércio, essa relação aumentou de 70,2% para 76,9% e, na Construção, ampliou-se de 76,7% para 79,9%, no mesmo período.
A taxa de desemprego total aumentou, entre 2014 e 2015, para todos os segmentos etários e de raça/cor. Assim, para não negros ampliou-se de 10,1% para 12,0% e, para negros, de 12,0% para 14,9%. Este comportamento fez com que a diferença entre suas respectivas taxas aumentasse de 1,9 para 2,9 pontos porcentuais, porém ainda menor que em 2002, quando chegou a 7,2 pontos porcentuais.
O segmento jovem foi o mais afetado pelo desemprego, com suas taxas totais apresentando elevações de 5,8 pontos porcentuais para negros e de 4,6 pontos porcentuais para os não negros.
A proporção de ocupados negros no mercado de trabalho da RMSP cresceu 2,1 pontos porcentuais, entre 2014 e 2015, movimento registrado tanto para as mulheres (1,0 p.p.), como para os homens negros (1,1 p.p.). No último ano, 40,0% dos ocupados eram negros: 18,4% mulheres e 21,6% homens.
Quanto à qualidade da inserção no trabalho, na perspectiva de garantias trabalhistas e previdenciárias, os não negros encontravam-se, em 2015, em situação ligeiramente melhor: 63,4% e 62,3%, respectivamente, dos não negros e negros ocupados estavam inseridos em atividades regulamentadas (soma de assalariados no setor privado com carteira de trabalho assinada e no setor público). Isso ocorre porque, no âmbito do assalariamento privado, os negros inserem-se mais em ocupações com carteira assinada (55,7%) do que os não negros (54,4%). No entanto, no setor público, os primeiros têm participação menor (6,6% contra 9,0%).
Ao se considerarem aquelas ocupações não regulamentadas e cujos rendimentos geralmente são menores, em 2015, os negros estavam mais bem representados do que os não negros: respectivamente, 8,7% e 4,7% eram empregados domésticos; 16,5% e 15,4% eram trabalhadores autônomos; e 8,3% e 7,6% eram assalariados sem carteira de trabalho assinada no setor privado.
”
‘