Primeiro sobrevivente brasileiro do acidente aéreo com o avião da Chapecoense a ter alta, Alan Ruschel concedeu entrevista coletiva na manhã de ontem, 17, em Chapecó e se emocionou ao lembrar o que passou nos últimos dias. Segundo ele, é um milagre estar vivo e andando depois da tragédia.
“No momento que caiu aquele avião, Deus me pegou no colo e falou que eu tinha mais missão aqui na terra, por isso ele não me levou. A única explicação são dois milagres: eu estar vivo e o milagre de eu estar andando. Os médicos falaram que foi uma lesão grave que tive na coluna”, disse, emocionado.
“Acho que não tem palavras para explicar o que eu estou sentindo. É uma mistura de sentimentos. Uma alegria por poder estar aqui de novo, sentado aqui. Mas ao mesmo tempo um luto por ter perdido vários”, tentou seguir, chorando ao se lembrar das 71 pessoas que morreram na tragédia em Medellin.
“(Me emocionei) Por ter perdido muitos amigos. Mas como eu postei uma foto esses dias, falando que seguir em frente honrando os que foram morar com Deus. Honrarei seus familiares que ficaram, que hoje estão sentindo a dor, farei de tudo para voltar a jogar, com muita paciência, mas farei de tudo para dar muita alegria para todo mundo que torce para a Chapecoense.”
Ruschel revelou que não tem muitas lembranças do acidente e também como ficou sabendo da tragédia, já no hospital. “Eu lembro de sair de São Paulo, depois a gente chegando e Santa Cruz de La Sierra, depois saindo de lá. Não lembro do voo, do acidente. O que eu lembro depois é da minha esposa Marina falando no hospital”, revelou.
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“Não sabia o que estava acontecendo e, aos poucos, foram me contando. E aos poucos a ficha foi caindo. Quando eu a vi, eu não sabia o que estava acontecendo, não lembrava do jogo, não lembrava de nada. É uma coisa muito louca, não sei explicar o que aconteceu”, acrescentou.
Ruschel falou também da expectativa da alta dos outros três sobreviventes da tragédia, o goleiro Jackson Follman, o zagueiro Neto e o jornalista Rafael Henzel, e de voltar a poder jogar futebol em um prazo de até seis meses e também sobre o que tirou como lição do que viveu.
Alan Ruschel, primeiro sobrevivente do acidente da Chapecoense a ter alta, se emocionou ontem, ao conceder entrevista