Oswaldo de Oliveira não conseguiu levar o Corinthians à Copa Libertadores do ano que vem. Mas estava tranquilo. Apesar de triste por não obter a classificação, tinha a promessa do presidente Roberto de Andrade de que o planejamento da comissão técnica era válido para todo o ano de 2017.
A palavra do cartola, no entanto, não durou muito além do fim da Série A do Campeonato Brasileiro.
Três dias após a última rodada do Brasileirão, com o Corinthians em sétimo e fora da Libertadores, o mandatário chamou Oswaldo para um almoço em uma churrascaria de São Paulo e comunicou a demissão, que pegou o treinador totalmente de surpresa.
A explicação para o recuo foi a forte pressão de conselheiros, que ganhou ainda mais força devido ao conturbado ambiente político no Corinthians atual. Explica-se: Roberto brigou sozinho pela chegada do técnico ao clube. Andrés Sanchez e outras pessoas influentes nos bastidores eram contrários à ideia.
A demissão deixou Oswaldo de Oliveira arrasado e com a quebra de palavra do presidente, com quem tinha ótima relação. Principalmente porque o treinador vinha se reunindo diariamente com a direção na construção do planejamento da próxima temporada.
O próprio Roberto havia dito a Oswaldo que o trabalho foi iniciado não apenas para tentar a vaga na Libertadores, mas visando principalmente montar uma equipe mais competitiva para a próxima temporada do que para este ano.
Assim, Oliveira se mantinha focado em construir um time que viesse a dar frutos em 2017. Fez uma lista de pedidos de contratações, que tinha, por exemplo, o nome do atacante Rafael Marques. Estava focado na próxima temporada. Só não contava que a palavra do presidente não resistiria à pressão política.
Roberto de Andrade vem enfrentando um pedido de impeachment, que corre no Conselho Deliberativo alvinegro, por conta de documentos com assinaturas supostamente fraudadas. Na quinta,15, os conselheiros se reuniriam novamente, e o mandatário achou melhor não ter também o assunto Oswaldo para discutir. A demissão foi anunciada horas antes.
