O governador Geraldo Alckmin assinou, nesta terça-feira, 3, contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para liberação de R$ 97,2 milhões para a Fundação Butantan. Os recursos serão usados na conclusão das obras da fábrica da primeira vacina brasileira contra a dengue.
“São R$ 97 milhões. Não é empréstimo, é recurso não reembolsável para o BNDES que vai dar um impulso à pesquisa sobre a vacina da dengue. O Butantan é orgulho para São Paulo e para o Brasil, um grande centro de pesquisa e, hoje, dando uma contribuição mundial. Nós podemos ter a primeira vacina do mundo tetravalente, contra os quatro tipos de vírus com apenas uma dose. Grande salto em termos de ciência e saúde”, disse o governador.
Além do investimento nas obras, os recursos incluem a instalação e montagem de equipamentos, mobiliário, insumos e serviços de qualificação para a instalação dos equipamentos. A operação ainda contribui para a formação de equipes qualificadas para a condução de estudos clínicos para o desenvolvimento da vacina.
O aporte do banco corresponde a 31% do investimento total do projeto, orçado em R$ 305,5 milhões. O contrato ocorreu por meio do programa BNDES_Funtec, que prevê a liberação a fundo perdido a iniciativas de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação executados por Instituições Tecnológicas (IT), selecionados de acordo com os focos de atuação divulgados anualmente pelo BNDES.
A nova fábrica, com 3 mil m² de área construída, foi planejada para a produção de até 100 milhões de doses de produto concentrado (bulk) e até 30 milhões de doses de vacina liofilizada contra a dengue por ano. A planta também foi planejada para operar a produção de vacinas contra a raiva e zika vírus, entre outras.
“Esta parceria será muito importante, não apenas para a construção da fábrica do Instituto Butantan, mas servirá como um modelo para o desenvolvimento de ciência e pesquisas na área”, destacou o presidente da Fundação Butantan, André Franco Montoro Filho.
VACINA CONTRA DENGUE
A primeira vacina brasileira contra dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), é produzida com vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos.
A pesquisa clínica está na última fase de testes antes de a vacina ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que possa ser produzida em larga escala e disponibilizada para campanhas de imunização em massa na rede pública de saúde em todo o Brasil.