A onda de frio que assola a Europa e já causou dezenas de mortes tem origem em uma massa de ar polar proveniente da Escandinávia. Não há dados oficiais sobre o número de mortos até o momento, mas estima-se que já são mais de 80. Grande parte das vítimas, cerca de 30 pessoas, foi registrada na Polônia, onde algumas regiões continuam a sofrer com temperaturas de até 20°C negativos.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou, em comunicado, sobre o grave risco de hipotermia a que estão expostos milhares de refugiados nas ilhas gregas e nos países do Bálcãs. Eles estão retidos sob neve e chuvas congelantes, em campos superlotados, vivendo em tendas precárias e enfrentando temperaturas abaixo de zero.

“As autoridades gregas devem parar de se vangloriar de seus feitos humanitários enquanto milhares de pessoas continuam abandonadas e em sofrimento em meio a um inverno rigoroso, esperando que suas solicitações de asilo sejam processadas. Nenhuma pessoa que busca proteção ou que foge de guerras, violência e tortura deve ser deixada desamparada no frio”, afirmou Clement Perrin, coordenador-geral da MSF na Grécia.

De acordo com jornal português Expresso, após as críticas feitas por agências humanitárias as autoridades gregas decidiram transferir para hotéis 250 pessoas que se encontravam em tendas no campo de refugiados da ilha de Lesbos. Além disso, um navio de guerra, com capacidade para receber 500 pessoas, teria sido enviado, ontem, ao local para acolher parte dos refugiados.

Diversos países têm registrado mortes de idosos e pessoas sem-abrigo, por hipotermia. Segundo o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a principal preocupação é com os refugiados que se encontram entre a Turquia e o norte da Europa.

De acordo com o periódico espanhol El País, 24 pessoas morreram na Ucrânia e 10 na Bielorrússia por conta do frio intenso. Na Itália já seriam oito casos registrados; seis na República Tcheca; seis na Bulgária; três na Albânia; dois na Grécia; dois na Rússia; um na Sérvia; e um na Croácia.

De acordo com a MSF, mais de 7.500 pessoas estão retidas na Sérvia, vivendo em acampamentos superlotados. Em acordo com a União Europeia, o país concordou em abrigar 6 mil pessoas, das quais pouco mais de 3 mil estão em locais abrigados do frio. A organização afirma que, em Belgrado, cerca de 2 mil pessoas, provenientes do Afeganistão, Paquistão, Iraque e Síria, estão dormindo em prédios abandonados no centro da cidade enquanto a temperatura chega aos vinte graus negativos.