O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse hoje (7) que o governo quer reduzir o custo do crédito, no médio e longo prazo, de forma estrutural e sustentável. Goldfajn participou do Painel Projeto Spread Bancário, no BC em Brasília, para discutir sobre o atual custo do crédito no país.
“Estamos procurando a redução estrutural e sustentável do custo de crédito. Estrutural para serem medidas que de fato levam à queda do custo. E sustentável porque não queremos mais experimentos voluntaristas que levam à queda e depois, a gente sabe, volta”, disse.
Goldfajn afirmou que a redução do spread (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes nos empréstimos) faz parte das reformas microeconômicas do governo para aumentar a eficiência e produtividade da economia. Ele acrescentou que há atualmente no BC um grupo de trabalho para debater o assunto e, assim que as medidas estiverem “minimamente maduras”, serão anunciadas.
O presidente do BC informou que o spread médio do período de 2011 a 2016 era composto por 53,5% de inadimplência, 23,8% de lucros, 5,1% de custos administrativos, 15,8% de impostos diretos e 1,8% de compulsórios e encargos fiscais.
Goldfajn enfatizou que quando a garantia do empréstimo é melhor, o spread fica menor. Ele citou como exemplo o crédito consignado, que tem spread menor, devido à garantia de que as parcelas dos empréstimos são pagas, já que são descontadas em folha de pagamento. Por isso, o presidente do BC defendeu que as medidas relacionadas ao spread têm que trazer mais segurança ao sistema.