A postura agressiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode fazer com que os reformistas e os fundamentalistas iranianos superem suas diferenças para enfrentar o líder norte-americano. Os dois grupos tem uma briga histórica, que conta com centenas de prisões e uma violência exacerbada entre seus membros. O clima de tensão, sobretudo, ocorreu entre 1997 e 2005, quando o reformista Mohammad Khatami presidiu o país. As informações são da agência ANSA.

A possível reaproximação entre as duas correntes foi destaque nesta segunda-feira (13) no jornal oficial dos reformistas Aftab-e Yazd que, com uma série de entrevistas com personagens das duas vertentes, fez um convite para a “reconciliação nacional”.

O pedido vem dias após de Khatami lançar um apelo para a união durante as manifestações do dia 10 de fevereiro, quando os iranianos lembraram os 38 anos da Revolução Islâmica. Segundo o ex-presidente, essa era uma forma de demonstrar “solidariedade” perante as novas ameaças do governo dos EUA.

De acordo com a publicação, as recentes atitudes tomadas por Trump contra o Irã – como o banimento da entrada de cidadãos iranianos nos EUA e as novas sanções país por um teste de míssil –  associadas à morte do aiatolá Hashemi Rafsanjani – ponto de referência na conversa entre as duas vertentes – fizeram com que os reformistas abrissem a possibilidade de diálogo.

No entanto, conforme as entrevistas feitas pelo jornal, as respostas dos fundamentalistas não é unânime. Na prática, eles estão divididos em dois grupos: uma parte, como aquela à qual pertence o teórico fundamentalista Abbas Salimi Namin, considera que a “reconciliação é uma boa notícia para todos” desde que sejam “revistas algumas medidas desde 2009”.

Já o outro grupo, que tem como expoente o chefe de redação do jornal fundamentalista Kayhan  Shariatmadari, fecha a porta para a ideia e diz que “a ideia de reconciliação nacional vem dos traidores do país”.