Apesar da disputa jurídica que envolve sua candidatura, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi eleito para um mandato completo, de dois anos. Ele levou a disputa em primeiro turno, com 293 votos.

Em segundo lugar, ficou Jovair Arantes (PTB-GO), com 105 votos. André Figueiredo (PDT-CE) teve 59; Júlio Delgado (PSB-MG) teve 28; Luiza Erundina (PSOL-SP) teve 10 e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) teve 4 votos. Outros cinco deputados votaram em branco. Como 504 deputados votaram, Maia precisava de 253 votos para ser eleito no primeiro turno.

No ano passado, quando foi escolhido para um “mandato-tampão”, Maia teve 120 votos na primeira votação –no segundo turno, ele bateu Rogério Rosso (PSD-DF) por 285 a 170. O político do DEM comandará a Casa até fevereiro de 2019.

O importante é que eu venci. Se eu tivesse feito 253 votos, que era a garantia da maioria absoluta, eu estava satisfeito do mesmo jeito”

Rodrigo Maia, presidente da Câmara

Defesa de agenda de reformas

Em seu primeiro pronunciamento após vencer a eleição, Maia garantiu apoio à agenda de reformas do governo do presidente Michel Temer. Ele afirmou que a comissão da reforma da Previdência deve ser instalada na semana que vem e quer tocar o projeto de reforma trabalhista. “É uma Câmara reformista”, disse.

Maia diz que não teve apoio do governo Temer, mas avalia que sua vitória é benéfica para as propostas do Planalto. “Comandei a votação das matérias econômicas do governo. E isso sinalizou para os parlamentares da base e da sociedade que a minha manutenção na presidência da Câmara dá uma tranquilidade para essa agenda.”

Sobre a vitória em primeiro turno, Maia brincou dizendo que é torcedor do Botafogo. “Como o Botafogo acontece coisas que ninguém acredita. Até o último minuto tem que esperar”, brincou. Sobre os 293 votos, ele disse que “tinha expectativa na casa dos 300 votos”. A quantidade menor tem relação com o voto secreto, que sempre traz uma perda, na sua avaliação.

Apesar de o Palácio do Planalto não ter declarado abertamente, Maia era o nome favorito do presidente Michel Temer (PMDB) para o comando da Casa. O presidente reeleito ainda costurou uma aliança com ao menos 10 dos 26 partidos com representação na Câmara.

“Precisamos terminar 2018 com a certeza que a Câmara dos Deputados é uma Câmara que comanda a reforma do Estado brasileiro. Esse é meu objetivo e tenho certeza que é o objetivo da maioria da Casa”, encerrou.