A situação atual do País ainda é de crise. Afinal, não se recupera assim facilmente uma economia que vem ladeira abaixo há mais de dois anos. De fato, a melhora ainda é lenta. Mas acredito que iremos reverter esse quadro de pessimismo e retomaremos o crescimento ainda este ano.
O mercado imobiliário de São Paulo, que está inserido nesse contexto, vai fechar 2016 com comportamento aquém da sua capacidade de produção e comercialização. Os resultados, ainda prévios, apontam para uma redução de quase 15% nas vendas de imóveis novos incluindo a Capital e as cidades da região metropolitana. Isso significa que deixamos de vender algo em torno de 17 mil unidades. Quanto aos lançamentos, a redução pode ser ainda maior e chegar a 25% ante os números de 2015. Se esse cenário se confirmar, serão 18 mil unidades a menos no mercado.
Como ainda estamos no início do ano, é certo que muita coisa ainda vai mudar. E esperamos que seja para melhor. Para que aconteça a virada, o baixo índice de confiança do consumidor de imóveis tem de melhorar, assim como o desemprego.
Para o empreendedor imobiliário, o problema maior é a insegurança jurídica, principalmente a que vem dos distratos. E também ainda operamos com taxas de juros exorbitantes, mesmo com a queda da Selic, que saiu de 13,75% para 13% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.
Há de se lembrar que o passado recente da construção civil e do mercado imobiliário foi de euforia. Recordam-se do entusiasmo das incorporadoras com o anúncio do pré-sal há 10 anos? Na cidade de Santos, por exemplo, foram lançadas grandes quantidades de prédios residenciais e comerciais que hoje estão abaixo do preço de custo de uma construção nova. Esse comportamento comprova que o empreendedor tomou decisões ancoradas em uma falsa expectativa de crescimento econômico sustentável.
Independente de erros e acertos é incontestável a importância do setor produtivo imobiliário para o País. Ele é um segmento de forte geração de emprego, renda e realização de sonhos. E essa capacidade de gerar novos postos de trabalho confere à indústria imobiliária a força motriz necessária para tirar o Brasil da crise, estimulando a retomada econômica.
O comportamento morno atual do mercado imobiliário não é de todo negativo, principalmente para quem tem capacidade financeira. Agora é hora de comprar um imóvel, seja para morar ou investir. Não é preciso ser especialista financeiro para entender que o melhor momento para se comprar algum produto ou serviço é quando há muitas pessoas vendendo esses produtos e serviços.
Até mesmo pela característica do produto, os empreendedores imobiliários têm visão de longo prazo. O tempo de maturação de um projeto residencial, comercial e de lotes é extenso e, muitas vezes, aguardamos a ocasião propícia para lançá-lo. Porém, para o consumidor, o melhor dia para comprar é sempre hoje!
Cidadãos ou famílias que buscam o primeiro imóvel têm, no mercado, muitas opções de escolha. Inclusive, há margem para uma pequena negociação. Vale a pena pesquisar.
Enquanto o futuro promissor não vem, trabalhamos para acelerar a retomada econômica. E oferecemos uma vitrine de oportunidades! Decerto que esse cenário não se repetirá tão cedo.
*Presidente do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (famary@uol.com.br)