Dizem que quando se tem saúde, o resto a gente corre atrás. Este ditado popular retrata muito bem como a saúde tem um papel fundamental no estado de bem-estar social de uma pessoa, bem como de uma nação.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 nos garantiu dentro da seguridade social a oferta de uma saúde pública e universal. Estabelecendo esta, como um direito de todos os cidadãos, sem a necessidade de comprovação socioeconômica ou qualquer outro tipo de condição para poder usufruí-la.
Aqueles que sempre lutaram pela democratização da saúde, sabiam que uma política focalizada estaria fadada ao fracasso, considerando que se tornaria fragmentada e desconexa com a realidade, já que todos precisam dos serviços de saúde ao longo da vida.
Hoje o Sistema Único de Saúde – SUS se desenvolveu e vem cada vez mais se aprimorando para melhor atender a população e suas necessidades. É claro que enfrenta desafios dantescos, como a falta de dinheiro, a escassez de profissionais qualificados, o sucateamento de equipamentos, o desvio de verbas, o enfrentamento com as grandes indústrias farmacêuticas e categorias profissionais abusivas, enfim, há um oceano de questões para serem enfrentadas e solucionadas cotidianamente.
Contudo, mesmo diante de todo este cenário desafiante, é preciso reconhecer suas conquistas, como o atendimento diário de milhões de pessoas, cobrindo quase que integralmente todos os procedimentos de transplantes de órgãos no país, realizando campanhas de vacinação, tratamentos oncológicos, hemodiálises, atendimentos domiciliares, entrega gratuita de medicamentos de uso contínuo, bem como a cobertura de fármacos e procedimentos de alto custo, entre outros.
Com razão, muitos usuários chamam à atenção sobre as precariedades do sistema e sua necessidade de melhoria, sendo legítima e necessária esta participação popular. Contudo, deve se ter atenção com aquelas figuras que vêm com a retórica de que é preciso rever o SUS, entregar a saúde para o setor privatista que ele se tornará melhor. Nesta afirmação, não deixam claro, mas haverá os que perdem e os que ganham com toda a situação de capitalizar sobre a saúde do povo.
O SUS possui suas deficiências, mas já imaginou a população que é totalmente dependente do SUS, que segundo a Pesquisa Nacional de Saúde – PNS (2013), divulgada pelo IBGE, corresponde a dois terços dos brasileiros, e todos eles terem que passar a pagar individualmente cada consulta médica que for, contabilizando os exames requeridos, além dos medicamentos, que a cada ano se tornam mais caros, é só eles, consomem quase toda a renda de um trabalhador.
Há alguns que ignoram, mas todos somos usuários do SUS, mesmo que neguem. Só para dar alguns exemplos: temos as vacinas disponibilizadas para o primeiro ano de vida do recém-nascido; as campanhas de mamografias; os agentes de saúde que passam para orientar sobre a dengue e identificar possíveis criadouros do mosquito; as academias de saúde, que estão espalhadas pelos municípios, construídas em espaços públicos com aparelhos de exercícios e a ambulância que nos socorre em caso de acidente. Estes são somente alguns exemplos, de como o SUS está presente na vida de todos da população.
Desta maneira, é preciso que fique claro para os brasileiros, que ter o SUS, é uma grande conquista e motivo de orgulho nacional, devendo ser celebrado e defendido por todos que generosamente, acreditam em uma vida de qualidade não somente para si, mas para todos que os rodeiam.
Saúde é direito conquistado e em tempos de ataques, precisa por nós ser defendido.

*Formada em Serviço Social pela UNESP