Venho dedicando este espaço para discorrer sobre a economia, estratégias empresariais e indicadores que auxiliam às tomadas de decisões nos negócios. Hoje falaremos sobre indicadores da economia, pelo ponto de vista dos fatores externos aos negócios. Existem, entre outros, sete indicadores fundamentais: PIB (Produto Interno Bruto), Inadimplência, Confiança dos Empresários/Investidores, Desemprego, Selic (juros base), Inflação e Dólar.

Indicadores são como o painel de uma moto, carro, ônibus, caminhão ou de um avião. Observe que quanto maior o meio de transporte maior a importância dos indicadores presentes nos painéis de navegação e pilotagem. Estes aumentam os níveis de certezas do piloto.
Hoje, em especial, o artigo trata da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). Através desta o governo capta dinheiro de pessoas físicas (investidores) e os remunera pela taxa definida. A Selic já atingiu 45% em 1999 e estava em 12,9% em janeiro de 2017.
Por este ponto de vista, quanto maior a taxa Selic melhor para os investidores e, em partes, para o governo. No entanto, a questão não é tão simples assim. Para analisar a economia é preciso avaliar por diversos pontos de vistas. O objetivo principal é o equilíbrio entre elas.
A Selic é também conhecida como “taxa básica de juros”, isto significa que: se a taxa SELIC aumenta, comerciantes e bancos aumentam os juros de empréstimos, a tendência é de as pessoas ficarem ainda mais receosas em assumirem novas dívidas.
Por fim, há de se lembrar os efeitos sobre a inflação. Quando a Selic está baixa, a tendência é dos consumidores se endividarem na busca da realização de seus sonhos e desejos, e isto despeja dinheiro no mercado. Os comerciantes perceberão o movimento e, aumentarão os preços o quanto conseguirem, fortalecendo a indesejada inflação.
Além de tudo isso, imagine o empresário que tem hoje 100 milhões de reais para investir: é melhor comprar títulos do governo e “ganhar” aproximadamente 12 milhões de reais por ano ou, investir em empreendimentos que trará a “tira colo” riscos de: prejuízos, endividamentos, burocracia contábil, altos impostos, passivos trabalhistas, entre outros? O empresário, obviamente, fará aquilo que lhe dê maior perspectiva de lucro. E, quando escolhe não produzir, deixa de gerar empregos e renda no país.
Em linhas gerais, a taxa de juros base (SELIC) afeta direta e indiretamente a confiança dos empresários, o PIB (Produto Interno Bruto), o desemprego, a inadimplência, inflação e a variação do dólar. Portanto, vale a pena entender as facetas da Selic e dos outros indicadores, bem como a influência que exercem um sobre os outros. Desta forma, pode-se evitar surpresas indesejáveis aos negócios e muitas decisões mais acertadas podem ser tomadas.

*Professor executivo e colunista (fb.com/jkconsultoriaempresarial)