Depois de um janeiro bem chuvoso, o mês de fevereiro na cidade de São Paulo foi marcado por uma sequência de dias com forte calor e tempo mais seco. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão da prefeitura, este segundo mês do ano fechou com volume de 156,2 milímetros (mm), equivalente a 71% da média de chuva esperada (219,2 mm) para o mês.
Além dessa quantidade abaixo da média, prevaleceram as precipitações irregulares com pancadas mais frequentes em algumas localidades e escassas em outras. Os dias também foram quentes, com temperatura média de 34,6º C (graus Celsius) e recorde de 36,7ºC, no último dia 19, nos medidores do bairro da Freguesia do Ó, na zona norte da cidade. Essa mesma medida foi registrada no dia seguinte, nos bairros vizinhos de Pirituba e Jaraguá.
Ainda segundo o CGE, houve uma concentração maior de chuva em janeiro último, totalizando 375,7 mm, bem acima da média esperada, que era de 256,5 mm.
Sistema Cantareira
Com a irregularidade das chuvas, a pluviometria do Sistema Cantareira, principal manancial que fornece água na Grande São Paulo, ficou abaixo da média. No entanto, o abastecimento não chegou a ser comprometido. Alimentado por seis represas ( Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras) e com captações iniciadas em fontes no Sul de Minas Gerais, o Cantareira encerrou fevereiro com volume de 94,2 mm, ante a média de 203,4 mm.
Apesar do nível mais baixo que no mês anterior, a situação do Sistema Cantareira está longe do drama da seca vivido nos anos de 2014 e 2015. Segundo os dados da medição diária da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que administra esse Sistema, o nível menor de captação em fevereiro foi compensado por uma grande quantidade de precipitações em janeiro, quando o Sistema atingiu 393,1 mm, bem acima da média esperada (262,6 mm).
O volume de água armazenado nesse Sistema atingiu 92% de sua capacidade no fechamento de fevereiro, o que é quase o dobro do registrado em igual período do ano passado (52,6%).
Nos demais sistemas, o Tietê é o que apresenta o menor nível de operação (52,7%), mas com relativa melhora sobre o mesmo período de 2016 (32,7%). Na mesma base de comparação, o Guarapiranga teve uma pequena redução no índice, mas ainda assim mantém-se em margem confortável. No Alto Cotia, a capacidade atingiu 100,5% ante 100%; o Sistema Rio Grande teve 90,9% ante 88,4%; e o Rio Claro, 96,3% ante 83,2%.
Chuvas de março
De acordo com as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o mês de março vai começar ainda com chuvas isoladas no estado de São Paulo, mas a partir da próxima sexta-feira (3), elas ocorrerão de forma mais generalizada e com maior intensidade.