Em depoimento à Justiça Federal de Brasília nesta terça-feira (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que tenha atuado para obstruir a operação Lava Jato.

Lula é um dos sete réus em ação penal que investiga suspeita de obstrução dos trabalhos da Lava Jato. O processo, aberto em julho do ano passado, investiga se houve uma tentativa do grupo de convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada.

Questionado pelo juiz Ricardo Leite se os fatos presentes na denúncia são verdadeiros ou falsos, o ex-presidente respondeu que são falsos.

O depoimento, marcado para 10h, começou com quase 20 minutos de atraso. Na chegada à sala de audiências, apresentava semblante sereno e conversou pontualmente com os advogados.

Segundo as investigações, Lula, o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves – sócio do BTG Pactual –, o advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, teriam tentado impedir que Cerveró revelasse à Justiça detalhes do esquema de corrupção que atuava na Petrobras em troca de uma redução da pena.

Durante o depoimento, Lula afirmou que os fatos apresentados se tratam de “ilações”. Disse também que os governos do PT fizeram com que as instituições no Brasil fossem fortalecidas.

“Me ofende profundamente insinuação de que o PT é organização criminosa”, disse. “A procuradoria não existia, era uma peça de ficção, quando cheguei no governo”, completou.

Lula disse que passou os oito anos de seu governo sem participar de jantares e aniversários para evitar situações com pessoas pedindo favores.