Em janeiro de 2017, a produção industrial cresceu em 12 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em relação ao registrado no mesmo mês de 2016, conforme pesquisa divulgada nesta terça-feira (14).

Os locais que mostraram melhores resultados nesse mês foram Pernambuco (14,1%), Espírito Santo (13,4%) e Mato Grosso (13,3%), porque cresceram as produções de setores de produtos alimentícios, de metalurgia e de indústrias extrativas.

Segundo Rodrigo Lobo, analista da Coordenação de Indústria do IBGE, o que explica o desempenho de Pernambuco é a atividade de produtos alimentícios, que cresceu crescendo 31,2% influenciada, principalmente, pelos derivados de cana de açúcar.

Por outro lado, a Bahia mostrou o pior desempenho nessa base de comparação: queda de 15,5% sobre janeiro de 2016, pressionada pelo comportamento negativo vindo dos setores de coque, de veículos automotores, de metalurgia e de indústrias extrativas. Também recuaram as atividades de Rio Grande do Sul (-4,1%) e região Nordeste (-2,9%).

Considerando todas as regiões, a produção da indústria brasileira iniciou o novo ano em queda de 0,1% em relação a dezembro. No entanto, frente a janeiro de 2016, a atividade fabril avançou 1,4%, interrompendo 34 meses seguidos de retração nessa base de comparação. Em 12 meses, a produção industrial acumula baixa de 5,4%.

Já na comparação com dezembro do ano passado, as quedas foram observadas na Bahia (-4,3%), no Ceará (-3,4%) e no Rio Grande do Sul (-3,1%), seguidos pela Região Nordeste (-1,8%) e pelo Paraná (-0,8%).

Entre as taxas positivas estão as do Espírito Santo (4,1%), Pará (2,4%), Goiás (2,4%) e Pernambuco (2,1%). As demais taxas positivas foram assinaladas por São Paulo (1,0%), Minas Gerais (0,7%), Santa Catarina (0,6%), Amazonas (0,5%) e Rio de Janeiro (0,3%).

“De fato, o acidente de Mariana prejudicou enormemente a indústria capixaba, não só a mineira. Tanto que em 2016 a indústria como um todo foi muito afetada negativamente com a queda da indústria extrativa. Por isso a gente tem uma base de comparação muito baixa”, disse Lobo.

 

“A magnitude das taxas negativas é maior que a das negativas. Além disso, as cinco regiões que tiveram taxas negativas representam 22% da indústria brasileira, enquanto as principais 4 taxas positivas representam algo em torno de 11%, ou seja, as que tiveram taxas negativas representam o dobro”, afirmou.

Quando observado o acumulado dos 12 meses, 14 dos 15 locais tiveram taxas negativas. Mas, segundo Rodrigo Lobo, foram “taxas negativas menos intensas do que as registradas ao longo de 2016, o que mostra um maior dinamismo da produção”.