E, de repente, os batimentos cardíacos aceleram, o suor passa a ser frio, uma dor ou desconforto no peito aparece, a falta de ar é agonizante, a boca fica seca e a visão embaçada, tontura, tremor, náusea, muitos sintomas biológicos e uma sensação terrível ou assustadora de irrealidade, despersonalização e sensação de aproximação da morte. O medo intenso entra como “ator principal” neste cenário chamado Síndrome do Pânico.
O tão evidente transtorno de ansiedade vem sendo reconhecido cada vez mais pelas pessoas. Na verdade, ele existe há muito tempo, mas agora ele está se infiltrando com mais facilidade na vida corrida do ser humano, onde se retém muitas informações sobre as coisas e pouco tempo para ação. São inúmeros sintomas que ocorrem e a junção de todos eles deixa o ser vivente de tudo isso com a sensação de impotência diante da vida. Tudo não faz mais sentido, a vida perde seu brilho e encanto, o trabalho pode ficar cansativo, o medo de dirigir ou sair de casa podem aparecer em algumas situações e, assim, a rotina passa a ser entediante.
As crises de pânico geralmente são desencadeadas por momentos considerados novos ou diferentes na vida das pessoas. Em minha experiência com a psicologia, pude me deparar com relatos de que o transtorno se acentuou depois de um casamento, de mudanças de emprego ou cidade, a ida de um filho embora para estudar, a morte de um ente querido, entre outros. Um fator muito comum também nos relatos, é de que a família nunca o apoia e nem entende o motivo das crises e por isso, sentem-se ainda mais sem saída e desconfigurados.
O mundo no qual estamos inseridos, onde os relacionamentos estão tão próximos e tão distantes ao mesmo tempo, pede socorro. A serenidade e a paz que tocam nossa essência precisam de atenção. Tudo que contribui para tirar a atenção dos problemas relacionados à Síndrome do Pânico é válido. Conversar com os amigos, ler um bom livro, brincar com os filhos, visitar lugares diferentes, caminhar apreciando as belezas da natureza e enfim, perceber que os dias ficam melhores quando escolhemos nos livrar das angústias de nosso coração.
A Síndrome do Pânico, assim como outros transtornos de ansiedade, tem solução e controle. Não pense que a vida de alegrias teve um fim. Encontre em seu modo de viver aquilo que mais lhe agrada e faz bem para sua saúde mental. Seu medo de ter medo pode ser minimizado ao máximo quando você entender que as situações desastrosas são criadas pela sua própria mente. Não estou dizendo que tudo isso seja fácil. Coisas ruins acontecem sim, mas não o tempo todo como você imagina.
Por fim, ressalto a grande importância de acompanhamento profissional para quem vivencia o transtorno de ansiedade. Somente profissionais da saúde podem dar um diagnóstico correto e intervir da melhor maneira possível para a estabilidade do caso. Os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa e também cada caso é um caso, então o psicólogo ou médico, trabalhará individualmente com cada circunstância.
* Psicóloga – CRP 06/130285 – Clínica Vida e Saúde – Av: Rui Barbosa, 1283 – Centro – Dracena – 3821-2637 – Facebook: Psicóloga Flávia Matioli)