A agência dos Correios de Dracena, localizada na avenida José Bonifácio, centro, funcionou ontem, 27, normalmente. Os funcionários não aderiram à greve organizada pela Federaçao Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), decidida na quarta-feira, 26, à noite.
Segundo a Fentect, a paralisação é por tempo indeterminado, caso as negociações não avancem. A greve é contra a privatização, demissões e retiradas de direitos além do fechamento de mais de 200 agências no país.
Os funcionários das agências franqueadas, que são terceirizados, não participam da greve. A empresa possui atualmente cerca de 6.500 agências próprias, além de mais de 1 mil franqueadas.
“Além do fim das agências próprias dos Correios, com fortalecimento das franqueadas, o que esvazia os negócios da empresa para a iniciativa privada, a ECT implantou a entrega alternada em vários locais do país. Assim, aprofunda a má qualidade na entrega de correspondências, que deixa de ser diária, retirando, dessa maneira, o direito do cliente de receber regularmente as encomendas”, diz a federação.
CORREIOS – Em nota, os Correios se posicionaram sobre a greve. “Uma paralisação dos empregados neste momento delicado pelo qual passa a empresa é um ato de irresponsabilidade, uma vez que a direção está e sempre esteve aberta ao diálogo com as representações dos trabalhadores. No entanto, os Correios irão adotar todas as medidas necessárias para garantir a continuidade de todos os serviços”.
Ainda de acordo com a assessoria de Imprensa, nesta quinta-feira (ontem) os Correios operaram normalmente em todos os Estados. “A paralisação parcial dos trabalhadores dos Correios, que ocorre nesta quinta-feira, ontem (27), não afeta o atendimento à população.
“As agências estão abertas em todas as regiões do país e serviços como Sedex e Banco Postal estão disponíveis. Somente os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje) estão suspensos”, explica a assessoria.
Prossegue a nota afirmando que levantamento parcial realizado na manhã de ontem, 25, mostrou que 86,31% do efetivo total dos Correios no Brasil estiveram presentes e trabalhando.
“Esse número é apurado por meio de sistema eletrônico de presença. No interior do Estado de São Paulo, 83% do efetivo cumpre jornada normal de trabalho”, acrescentou a estatal.
Ainda segundo os Correios o movimento concentrava-se, principalmente, na área operacional. “Mesmo assim, em algumas unidades, muitos empregados estão sendo impedidos, pelos sindicatos, de entrar em seus locais de trabalho. Os Correios já estão adotando as medidas necessárias, inclusive jurídicas para resolver esses casos pontuais”, posicionou-se a estatal.
Apesar de a greve ser um direito do trabalhador, a empresa esclarece que está cumprindo todas as cláusulas do Acordo Coletivo vigente.
Os Correios afirmam também que o movimento sindical reivindica, entre outras medidas, a reforma da Previdência e Trabalhista, que são temas de cunho constitucional e de políticas governamentais dos quais os Correios não possuem governabilidade, não havendo qualquer possibilidade de tais temas serem objetos de pautas de negociações entre a empresa e as entidades representativas dos empregados.
CRISE– Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta. O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a estatal teve um prejuízo estimado de R$ 400 milhões no primeiro trimestre, após ter tido prejuízo anual de cerca de R$ 2 bilhões em 2015 e em 2016. Ele disse ainda que a empresa não tem condições de arcar com sua folha de pagamentos e que demissões de servidores concursados estão em pauta.