O Brasil assistiu perplexo, nos últimos dias, o detalhamento da “”compra”” de obras, medidas provisórias, isenções tributárias e tantas outras formas equivocadas de se fazer política e de se destruir um país.

Cabe agora à justiça avaliar e investigar tudo que está sendo falado e separar as doações em períodos eleitorais sem contrapartidas e os que venderam a si próprios e o país por cifras bilionárias nunca antes vistas na história mundial.
Estamos, hoje, em uma encruzilhada política e econômica, com todo o meio político e ao mesmo tempo os responsáveis pelas reformas que poderão levar o país à retomada do crescimento ou de uma profunda recessão econômica, a cada dia, com menos credibilidade. Não sabemos se estamos vivendo em 1979, com uma década perdida pela frente, ou em 1999, com um cenário de anos de prosperidade.
A renovação política é cada vez mais evidente, precisamos que os parlamentares, mesmo com plena convicção de que muitos deles não estarão mais na próxima legislatura, votem em nome do futuro do país com responsabilidade em uma necessária reforma da previdência, trazendo igualdade para todos os brasileiros e entendendo que como estamos vivendo mais, teremos que, também, trabalhar mais. Votação difícil e impopular, mas fundamental para o equilíbrio das contas públicas.
Sem o equilíbrio das contas públicas, os indicadores econômicos projetados imediatamente serão revertidos e este cenário econômico, que se prevê, rapidamente será revisto com a volta da inflação, o aumento de juros e a queda de investimento estrangeiro.
Após a votação do ano passado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limitou os gastos públicos, a discussão e votação do futuro da previdência acredito que seja o mais importante trabalho do Congresso Nacional de 2017, e a sociedade precisa entender que mesmo sendo difícil é necessária.
A reforma política, sem os ajustes corporativistas e protecionistas, como a péssima idéia da lista fechada, é talvez uma forma de alguns parlamentares mostrarem que entenderam a necessidade de mudar e ouvir o grito das ruas para uma política feita para os interesses do país e do povo.
As soluções política e econômica estão entrelaçadas e nas mãos dos Três Poderes, cada qual com sua responsabilidade, e o tempo pode ser o maior aliado ou o pior inimigo de todos nós.
O Executivo, principalmente através da competente equipe econômica, precisa governar com a firmeza e seriedade com que tem governado, buscando, mesmo que com medidas impopulares, colocar o país de volta nos trilhos do crescimento.
O Legislativo deveria, neste ano, por fim em todos os recessos parlamentares e enfrentar a discussão das reformas da previdência, trabalhista, política e diversos outros projetos importantes para o futuro do nosso país. O Judiciário precisa de um esforço sobrenatural para avaliar e solucionar, com a maior brevidade, todas essas denúncias que estão sendo feitas.
Claro que estamos inseridos em um contexto global e que uma boa parte de nosso futuro depende de vários fatores que estão fora de nosso controle, entretanto a celeridade, com que precisamos tratar nossos problemas internos, em muito explicará nosso sucesso ou fracasso dos próximos anos. Precisamos, mais do que nunca, de agilidade e foco na solução desta encruzilhada que nos colocaram os que governaram nosso país na última década.
Sr. Parlamentar, o futuro do Brasil depende do seu voto!

*Presidente do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP)