O presidente Michel Temer negou que o governo esteja recuando ao aceitar negociar pontos da Reforma da Previdência com o Congresso. Ele falou brevemente com a imprensa hoje (6) após almoço com o Rei Carlos Gustavo e a Rainha Sílvia, da Suécia, no Palácio do Itamaraty.

“Eu autorizei o nosso relator, deputado Arthur Maia, a fazer as negociações que fossem necessárias e depois, ao final, nós anunciaríamos o que tiver sido ajustado. Vai levar uns dias aí, mas já está autorizado. Prestar obediência ao que o Congresso Nacional sugere, não pode ser considerado recuo. Nós estamos trabalhando conjugadamente”, disse Temer.

O presidente teve, pela manhã, mais uma de muitas reuniões com parlamentares da base aliada para discutir o tema, quando Temer, ministros e o relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), acertaram cinco pontos da reforma que o Planalto aceitou negociar e flexibilizar com os deputados.

Como já vinha sendo exposto pelo governo e pelo próprio Maia, a idade mínima de 65 anos para ter direito à aposentadoria não é negociável. Segundo Temer, é certo que “o problema central é o problema da idade”. Ainda na saída do Itamaraty, o presidente disse que os pontos que o governo se propõe a negociar não devem, a princípio, impactar o orçamento. “Nós vamos analisar as mudanças para saber se têm alguma repercussão de natureza fiscal. Aparentemente não”.

A previsão é que o relatório de Maia seja apresentado até a próxima quarta-feira (12) à  Comissão Especial de Reforma da Previdência, presidida pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS).