Independentemente de cor e preferência político-partidária, analisando apenas os indicadores e dados econômicos no Brasil, era nítida a melhora do cenário e da recuperação econômica: inflação no centro da meta; taxa de juros em processo de redução; risco Brasil em declínio; Produto Interno Bruto com sinais positivos; saldo positivo no nível de emprego; empresas imobiliárias retomando lançamentos e aprovação de projetos; início de recuperação de vendas; consumidores iniciando um processo de aquecimento da economia.

A indústria da construção pode, como já foi em momentos econômicos difíceis anteriores, ser a força indutora da retomada do nível de emprego, produzindo o sonho da moradia para os milhões de brasileiros.
Todos os sinais e dados imobiliários indicavam positivamente para um cenário de melhora, mas a incerteza voltou nos últimos dias, e o fechamento de vendas foi postergado.
É muito raro uma legislação agradar a todos. Sempre em um processo democrático de construção de consenso existem concessões para que o todo seja viabilizado, pois cada um de nós teria seu modelo de reformas. O importante, neste momento difícil do país, seria o Congresso Nacional pregar a união em prol do Brasil e continuar a discussão legislativa.
Embora seja muito difícil separar a política da economia, é necessário. Os brasileiros estão sufocados pela recessão que se faz presente. Milhões de brasileiros precisam voltar a trabalhar, pagar as contas e consumir. Mais de 14 milhões estão nesta situação de não ter um endereço comercial e a dignidade de um trabalho e a incerteza da manutenção daqueles que têm o seu emprego também é igualmente preocupante e real, pois a recessão pode ser muito pior e o nível de desemprego trazer um colapso social de proporções inimagináveis. O momento é gravíssimo.
Como é possível um criminoso fazer tudo que fez e mudar para os Estados Unidos com sua família e estar nesse momento vivendo como um monarca, com dinheiro roubado de cada uma das famílias e empresas que pagam religiosamente os altíssimos impostos, além de lucrar centenas de milhões com a especulação na bolsa de valores com informações privilegiadas. Não é concebível um acordo judicial que traga benefícios para esta pessoa que não deveria ser chamada de cidadão brasileiro e nem mesmo de empresário.
O sistema financeiro precisa enxergar credibilidade e capacidade de pagamento para voltar a conceder crédito para as empresas e para os cidadãos brasileiros, e os geradores destes empregos, renda e impostos precisam de um cenário econômico positivo e de contínua recuperação para que voltem a investir com recursos próprios ou através do crédito.
Jovens e competentes brasileiros começam a ter na emigração a busca pelo sucesso profissional e pessoal, comprometendo o nosso futuro.
Já estamos na pior recessão de nossa história, nem mesmo durante as guerras mundiais e o período de hiper inflação estivemos tanto tempo com economia negativa e um número tão elevado de desempregados.
O Brasil não suporta mais viver na pior recessão de sua história. Precisamos reagir, independentemente de governante A ou B, o Congresso precisa continuar a fazer o seu trabalho e a Suprema Corte do Brasil ter a celeridade que o país necessita.

*Presidente do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP)