O desemprego ficou em 13,6% no trimestre de fevereiro a abril, segundo dados divulgados pesquisa Pnad Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísica (IBGE), nesta quarta-feira (31). De acordo com o levantamento, o contingente de desempregados ficou em 14 milhões.

O IBGE usa diversas comparações. Na comparação com o trimestre terminado em março houve leva queda de 0,1 ponto percentual, quando a taxa ficou em 13,7%. Na comparação com o trimestre terminado em janeiro, quando ficou em 12,6%, outro método, houve leve alta de 1 ponto percentual.

Segundo o IBGE, esta é a maior taxa de desocupação do trimestre terminado em abril desde 2012, quando foi de 7,8%.

No primero trimestre deste ano, a taxa foi de 13,7% e atingiu 14,2 milhões de pessoas.

 

Taxa de desocupação, segundo a Pnad do IBGE  (Foto: Arte/G1)

Taxa de desocupação, segundo a Pnad do IBGE (Foto: Arte/G1)

A taxa de 13,6% no trimestre encerrado em abril é maior do que a registrada no mesmo período de 2016, quando ficou em 11,2%, um crescimento de 2,4 pontos percentuais.

Também aumentou a população desocupada. O crescimento foi de 8,7% em relação ao trimestre de novembro a janeiro e de 23,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Isso significa que há 1,1 milhões de pessoas na fila por emprego a mais que em janeiro e 2,6 milhões a mais que em abril do ano passado.

 

Segundo o IBGE, o avanço do desemprego é acompanhado pela queda no número de pessoas ocupadas. No trimestre terminado em abril havia 89,2 milhões de pessoas ocupadas no país – 700 mil pessoas a menos ocupando postos de trabalho do que no trimestre terminado em janeiro e 1,4 milhões a menos que no trimestre terminado em abril do ano passado. A queda foi de, respectivamente, 0,7% e 1,5%.

 

Carteira assinada

 

O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, estimado em 33,3 milhões de pessoas, caiu 1,7% na comparação com trimestre de novembro de 2016 a janeiro de 2017 (menos 572 mil pessoas). Frente ao trimestre de fevereiro a abril de 2016, houve queda de 3,6%, o que representou a perda de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas nessa condição.

De acordo com o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, foi o menor patamar de pessoas ocupadas com carteira de trabalho assinada de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

 

Por setor e atividades

 

Na análise do contingente de ocupados por atividade, em relação ao trimestre de novembro de 2016 a janeiro de 2017, houve expansão nos grupamentos indústria geral (1,8%) e alojamento e alimentação (3,0%). No mesmo período, houve queda nos grupamentos agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,4%), construção (-4,1%) e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-2,6%). Nos demais grupamentos, o quadro foi de estabilidade.

“Depois de três anos sem aumento do contingente ocupado na indústria, ela começa a apresentar sinais de recuperação. Mas precisamos ter cautela ao observar esse crescimento. É preciso aguardar o fechamento de mais um trimestre para observar essa recuperação”, disse Cimar Azeredo.

Segundo Azeredo, em 2012 a indústria respondia por 14,8% da população ocupada no país. Atualmente, ela representa 12,9% do total de ocupados

 

Renda

 

De acordo com a Pnad, o rendimento médio habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 2.107) ficou estável tanto em relação ao trimestre terminado em janeiro (R$ 2.095) quanto na comparação com o trimestre terminado em abril do ano passado (R$ 2.052).

Quando analisado por grupamentos de atividade, com exceção dos trabalhadores domésticos, que tiveram alta de 1,9% no rendimento em relação ao trimestre móvel de novembro de 2016 a janeiro de 2017, todos os demais grupamentos se mantiveram estáveis nessa comparação, de acordo com o IBGE.