Segundo o site ecologiasaude.com “Sustentabilidade são ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais destes, sem comprometer o futuro das próximas gerações.” O conceito utilizado para definir sustentabilidade para o meio-ambiente é aplicável nas finanças empresariais, muitos parecem gastar o próprio dinheiro como se não houvesse amanhã.
Importante salientar que a prudência é essencial, permite reduzir muito os riscos que as empresas enfrentarão, no entanto, estas podem enfrentar questões de força maior que podem destruí-las.
Um dos exemplos são empresas que sofreram diretamente com efeito dominó de falências de grandes empresas, quando uma destas empresa fecha e deixa de pagar seus fornecedores, estes (se não contarem com boas reservas financeiras) poderão fechar também. Isto geralmente acontece quando as empresas dependem de poucos clientes para gerar a maior parte do faturamento, se estes clientes não pagam o prejuízo pode ser fatal.
Então o velho ditado que diz para evitar colocar “os ovos numa cesta só”, ainda deve ser levado a sério. Diversificar negócios, produtos e clientes é uma precaução que aumenta a sustentabilidade das finanças empresariais.
Outra questão é a dificuldade que o brasileiro tem para poupar dinheiro, a cultura é ainda de gastar o que tem e endividar com aquilo que não sobra. Obviamente que existem momentos de imprevistos e dificuldades de força maior que podem gerar o endividamento, no entanto, pesquisas divulgadas no jornal O Estadão de outubro de 2015, apontam que 64% dos brasileiros teve dificuldades em poupar na época das “vacas gordas”, imagine agora com atual conjuntura econômica.
Se tivéssemos que contar apenas com os fatos extremos, obviamente que os números de poupadores seriam maiores. E, não há outro caminho melhor para aumentar poder aquisitivo da população do que poupar parte daquilo que se ganha.
Os principais autores que tratam do assunto no pais como Gustavo Cerbasi e Reinaldo Domingos deixam claro a necessidade de poupar antes de gastar. Tudo está centrado em três pilares: ganhar, investir e gastar.
Veja que gastar é importante, mas, apenas após ganhar e guardar parte da renda. É esta sobra que evitará endividamentos e aumentará o poder aquisitivo de empresas e colaboradores. Empresas que pouparam na época das “vacas gordas” agora literalmente “nadam de braçada” na crise econômica, estruturam-se e suportam melhor cada solavanco que a economia oferece.
A grande maioria reconhece que deveria ter sido mais prudente, todavia, como o passado serve apenas para o aprendizado e não há mais o que fazer, espera-se destes empresários, quando tudo melhorar, que estes estes lembrem de que empresas sustentáveis são feitas, dentre outros fatores, de investimento.
* Professor executivo-colunista da FGV/ABS de Presidente Prudente