No encerramento do 61º Congresso Estadual de Municípios, em Campos do Jordão, sentindo-se em casa, o governador Geraldo Alckmin, homem que fala menos de si e mais das coisas, abriu seu coração.
“Vida modesta, sem luxo e com a decisão de ouvir seu pai que lhe sugeriu vida pública é para servir”. Ensinou-lhe também que, na vida, é preciso gostar de gente. Seguindo o conselho formou-se em medicina e escolheu ser político. Nos dois casos é preciso gostar de gente.
Casado há 38 anos com dona Lú, sua vida econômico-financeiro é a mesma de sempre. Dois filhos e uma filha, que, como outros, poderiam ter empresas prestadoras de serviço. Trabalham para viver. Thomas morreu prematuramente, piloto que era para viver e sobreviver. Os outros dois labutam para seu sustento e sobrevivência.
Há homens que, a simples menção dos seus feitos, dispensa comentários, pois que aqueles, por si mesmos e por sua projeção no tempo imortalizam seu governo. Esse é Geraldo Alckmin, que gosta de gente, de ouvir gente, de levantar a autoestima de gente e de trabalhar para a gente.
Recordista absoluto de assinaturas no livro de posse do Palácio dos Bandeirantes, sempre inovou em cada mandato, com uma só filosofia: a felicidade das pessoas, principalmente os que esperam do governo para ter uma vida honrosa e digna. E isso só pode ser feito por quem gosta de gente.
Com votações surpreendentes em suas eleições, nunca dormiu sobre os louros conquistados. A cada voto – a seu tempo – suas responsabilidades sempre foram maiores, realizando feitos que tornaram possível a vida dos mais pobres.
Assim como Mário Covas, a quem tem a honra de se dizer discípulo e é, sabe valorizar o respeito ao dinheiro público.
Em 1994, participei ativamente da formação de um plano de governo único entre PSDB e PFL. Mário Covas, o grande comandante. Cedeu em alguns pontos e não abriu mão de outros. Um desses a ninguém dava o direito de indicar um candidato a vice-governador. Geraldo Alckmin e ponto. “Esse eu conheço, sei da sua vida e da sua honradez. Com ele, como meu substituto, ficarei tranquilo”. Assim se expressou o grande estadista, cuja vida revive a cada ato político. Ele é o próprio exemplo.
Com minha pequena vivência política, mas municipalista e observador, sinto que todo o passado vive em nós. Geraldo Alckmin é a própria reprodução do estilo Mário Covas de governar.
Das trevas da ignorância e da barbárie, da fala de um desqualificado, o nome do discípulo de Mário Covas apareceu, sem provas e sem documentos, mas o suficiente para a imprensa tentar olhar seu nome com a mesma leitura feita até agora, na operação Lava Jato. Como não poderia deixar de ser, sua história falou mais alto, sua vida aberta à leitura pública, jamais deixou dúvidas quanto a sua lisura.
No Congresso, o homem que fala mais das coisas e menos de si, abriu seu coração, falou dos ensinamentos do seu pai, da sua vida com Lú Alckmin, e do seu desejo de servir. “Não tenho empresa. Não tenho emissora de rádio. Sou uma pessoa física e não participo de corporações”.
Geraldo Alckmin emocionou a todos, porque falou de si, repetindo o que todos já sabiam, mas com o coração ferido pela injustiça, a qual só os que foram vítimas é que sabem o tamanho da dor que sente o “tutor do governo”. Mas o que o conforta, certamente, é que se interrogar o seu subconsciente, ouvirá de suas profundidades, vozes vibrantes e ardentes, que mostram seus respeitosos feitos de coragem e de força de vontade na direção do SERVIR.
O governador verá a voz do passado, do seu pai, seu herói e sua referência, o eco da experiência, essa voz que o ensina, o orienta, o dirige nas horas difíceis, oferecendo-lhes lições de profunda sabedoria como os caminhos de Cristo, a vida modesta e o servir na busca da Terra Prometida.
O futuro está aí para mostrar que nada segura uma ideia, quando a hora é chegada. O Brasil dos brasileiros esperançosos o aguarda.
*Presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo