Ao ouvir o ministro da fazenda Henrique Meireles e os noticiários sobre a corrupção, enfrentamos uma daquelas dicotomias da vida. Trata-se de fatos como: a noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o quente e o frio, o céu e o inferno. Quando Meirelles diz que a reforma da previdência é tão urgente quanto a trabalhista, gera conflitos de sentimentos diante de noticiários tomados por denúncias de corruptos que tiraram de circulação bilhões de dólares que, com certeza, ajudariam o nosso país sair das dificuldades que enfrenta.
A reforma trabalhista e previdenciária parece inevitável! No entanto, não há como evitar a revolta diante de tanto desvio de finalidade do dinheiro recolhido dos nossos impostos. Muitos, diante desta dicotomia, reforçam o discurso da ditadura no Brasil ser a solução para este imbróglio. Será?
Ora, observe a realidade das ditaduras mundo afora. Veja o que a população passa com tais ditadores. Dentre elas pode-se destacar a Coreia do Norte que está em evidência devido a tensão com os EUA. Estamos à sombra da terceira guerra mundial, com contornos de bombas nucleares ainda não vistos.
Em 2014, no evento One Young World em Londres – Inglaterra, a jovem de 21 anos Yeonmi Park, contou um pouco do que ela e sua família passaram na Coreia do Norte e a odisseia para fugir de lá. Yeonmi fala sobre a travessia que fizeram pelo deserto de Gobi em direção à China e a saga diante dos traficantes de seres humanos.
Na Coreia do Norte, Yeonmi presenciou, aos 9 anos, a mãe de um amigo ser executada por assistir um filme de Hollywood. Outros, por fazer ligações internacionais não autorizadas. Segundo ela, há apenas um canal de TV. Não há internet, liberdade para cantar, falar, vestir ou pensar. Expressar dúvidas sobre o regime de Kim pode condenar 3 gerações da família a torturas, cárcere privado e execuções. “É preciso entender que sob o regime Norte Coreano existem seres humanos oprimidos”, diz Yeonmi.
Ao observar outras notícias vinculadas na mídia, constata-se a execução do ministro da Defesa por cochilar em evento e questões menores como: banir um tipo de sobremesa, proibir os norte coreanos de assistir novelas ou mesmo de registrarem crianças com o nome do ditador.
Obviamente que ninguém espera do Brasil uma nova Coreia do Norte. Contudo, pense a longo prazo: se a vaidade, orgulho e gana por poder prejudicaram o nosso país num regime democrático, imagine se tudo estivesse concentrado em uma só mão! Portanto, não precisamos mudar de regime político, precisamos de pessoas que tratem a honestidade como uma questão de princípios e não de oportunidade.

* Consultor de empresas de Presidente Prudente