No dia 15 de maio comemora-se no Brasil o DIA DO ASSISTENTE SOCIAL. Dentre as diversas e importantes profissões da área das Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas, o Serviço Social se destaca no país pela sua história e pelas mudanças sociais ocorridas no Brasil, das quais os ASSISTENTES SOCIAIS foram partícipes de inegável relevância. Do ponto de vista histórico, o Serviço Social surge COMO PROFISSÃO no país na década de 30, em meio a grandes transformações nacionais e internacionais e sob o forte impacto da crise econômica mundial resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929.
Na época, a economia brasileira se sustentava prioritariamente na produção agrícola especialmente de cana de açúcar e café, produtos cuja exportação para os Estados Unidos representava a maior fonte de recursos e a base da economia nacional.
Diante da crise econômica que assola os Estados Unidos após a quebra da Bolsa de Valores, o maior comprador da produção brasileira de café e açúcar (EUA) restringe a entrada de produtos externos naquele país dificultando a expansão do potencial agrário do Brasil, causando impactos econômicos e sociais internos de grandes proporções.
Aos reflexos da crise econômica mundial, no Brasil, soma-se a expansão o processo de mecanização da agricultura, bem como ao incentivo ao desenvolvimento industrial, especialmente nos maiores centros urbanos. Vive-se no país um grande processo de migração interna, com grandes massas populacionais oriundas do campo e do trabalho na lavoura, que buscam refúgio nas cidades na expectativa de melhores condições de vida e trabalho o que já não encontram no campo ou áreas rurais. As cidades, no entanto, em sua maioria, não contam com infraestrutura para o acolhimento dessas famílias, que, em sua maioria, se encontram despreparadas para o trabalho nas fábricas. Assim, proliferam-se nos entornos das fábricas e às margens das grandes cidades um número cada vez maior de pessoas vivendo em condições sub-humanas de miséria e pobreza.
É neste cenário socioeconômico e político que “nasce” a profissão do ASSISTENTE SOCIAL, com o Estado apoiando a iniciativa da Igreja Católica e das “damas da sociedade” de buscar formas de profissionalização das ações sociais até então desenvolvidas pela Igreja através da caridade religiosa e filantrópica; que já não atendem de forma adequada o quantitativo populacional em miséria social, econômica, habitacional, precárias condições de saúde, dificuldades de acesso à educação, etc.
Com o reconhecimento da ASSISTÊNCIA SOCIAL como DIREITO para a cidadania, hoje o SERVIÇO SOCIAL avançou social e politicamente no cenário nacional especialmente no campo da defesa dos Direitos Humanos e Direitos Socioassistenciais (saúde, educação, segurança, habitação, meio ambiente digno, etc.) conquistados pela luta das minorias sociais e da classe trabalhadora e legitimados no texto da Constituição Federal de 1988. Desde então, na prática profissional, o ASSISTENTE SOCIAL cumpre a sua Função Social da profissão quando aplica seu conhecimento científico e teórico metodológico na “defesa intransigente” da garantia desses direitos. Assim, tanto no processo de democratização do país (décadas de 70/80) quanto no enfrentamento da exploração e expropriação da população em situação vulnerável, o Serviço Social, através da intervenção sistemática, técnica-operativa, filosófico-política e teórico metodológica de seus profissionais, vem participando ativamente dos avanços e conquistas do povo brasileiro.
Desta forma, a importância da profissão precisa ser valorizada e reconhecida, seja nas intervenções consideradas incipientes, circunstanciais e algumas vezes emergenciais (dada a peculiaridade da questão que se expressa), até nas lutas incansáveis em defesa da garantia dos direitos socioassistencias duramente conquistados pela organização política da cidadania ativa, o Serviço Social se faz presente através do trabalho insubstituível dos ASSISTENTES SOCIAIS.
É preciso que se entenda que quanto maior for a crise econômica vivida no país, quanto maior o número de pessoas em situação de miséria ou vulnerabilidade, tanto mais se faz necessária a presença desses profissionais “ombro a ombro” com as demais categorias que têm na sua essência a humanização da sociedade, a valorização do homem, a potencialização da capacidade individual dos sujeitos e dos grupos coletivos.
Na cidade de Dracena, o SERVIÇO SOCIAL se apresenta através do significativo número de profissionais inseridos nos diversos espaços de atenção direta à população do município. O atendimento se faz cotidianamente através do serviço público municipal – Secretaria Municipal de Assistência Social / CRAS e CREAS e na Secretaria Municipal de Saúde / Centro de Saúde, nas instituições sociais, no poder judiciário, no atendimento hospitalar (Santa Casa de Misericórdia) que formam, junto com equipes multiprofissionais, a Rede Socioassistencial do Município.
O que significa então ser ASSISTENTE SOCIAL no Brasil contemporâneo?
Significa ACREDITAR QUE UMA SOCIEDADE MELHOR É POSSÍVEL (apesar da existência de forças contrárias!): é possível se houver respeito, se houver liberdade, se houver igualdade, se houver pluralidade! É possível se houver informação, se houver garantia de direitos; é possível se houver BOA FORMAÇÃO PROFISSIONAL, EM FACULDADES QUALIFICADAS QUE ABRIGUEM PROFESSORES COMPROMETIDOS!
Assim, aproveitamos a oportunidade para, em nome da Profa. Esp. Maria Bernadete dos Santos Torres Coordenadora do Curso de SERVIÇO SOCIAL DA UNIFADRA/DRACENA, homenagear e parabenizar os(as) jovens ESTUDANTES que buscam no curso da UNIFADRA a oportunidade de contribuir profissionalmente para uma sociedade melhor e mais justa e aos ASSISTENTES SOCIAIS do município e região (muitos dos quais formados na UNIFADRA) pela magnífica profissão que escolheram em que a ética é a essência e a bandeira para a prática e desigualdade social o motivo da busca por mudanças sociais.
*Professora do Curso de Serviço Social da UNIFADRA