Após o ciberataque mundial, que atingiu ao menos 150 países na última sexta-feira, 12, os sites dos Tribunais de Justiça de Roraima e do Espírito Santo seguem fora do ar na manhã desta segunda-feira, 15.
Segundo o Tribunal de Justiça de Roraima, o site deve voltar ao ar às 11h (12h de Brasília). Os prazos processuais foram suspensos de sexta-feira (12) a domingo (14).
Já o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) informou via assessoria que a presidência da Corte ainda apura os prejuízos com a suspensão do sistema e não pode afirmar se algum prazo processual foi suspenso.
No Espírito Santo, além do TJ-ES, o Ministério Público estadual (MP-ES) e a Prefeitura de Vila Velha tiraram seus sites do ar como medida preventiva de segurança. Na manhã desta segunda-feira (15), os sites do MP-ES e da Prefeitura de Vila Velha funcionavam normalmente. Já o TJ-ES tem previsão para ser retomado durante a tarde.
Além dos dois sites, na sexta-feira, logo após o ataque, os Tribunais de Justiça de São Paulo, Sergipe, Amapá, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia e Santa Catarina, além do Ministério Público de São Paulo, também haviam tirado suas páginas do ar.
Embora o site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) tenha voltado a funcionar, o órgão informou que mantém o bloqueio de recebimento de emails externos. A medida foi tomada na sexta-feira, conforme o TJSC, de maneira preventiva.
Enquanto isso, o de Sergipe alerta em sua página que “em virtude da indisponibilidade dos sistemas do Tribunal de Justiça de Sergipe na última sexta-feira, 12/05, a partir das 16h, como medida preventiva ao ataque de vírus na rede mundial de computadores, os prazos processuais vencidos naquela data, foram prorrogados para o dia de hoje, 15/05.”
Já o de Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) informou que, como medida de prevenção ao ciberataque, na manhã desta segunda-feira (15), cerca de 5 mil computadores da instituição passam por atualização atutomática.
200 mil vítimas ao redor do mundo
O ciberataque mundial iniciado na sexta-feira (12) deixou 200 mil vítimas, principalmente empresas, em ao menos 150 países, afirmou o diretor da Europol, Rob Wainwright, em uma entrevista à rede britânica ITV neste domingo.
“Realizamos operações contra 200 ciberataques por ano, mas nunca havíamos visto nada assim”, ressaltou o chefe da Europol, que teme que o número de vítimas siga crescendo “quando as pessoas voltarem ao trabalho na segunda-feira (15) e ligarem o computador”, divulgou a agência France-Presse.
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O ciberataque trata-se de uma aparente campanha de ransomware – em que computadores são infectados com um vírus que codifica e “sequestra” os arquivos. Os invasores, então, pedem um “resgate”: ameaçam destruir (ou tornar públicos) os arquivos caso não recebam dinheiro. O WannaCryptor, vírus utilizado no ataque, funciona apenas em computadores com o Windows.
Para restaurar os arquivos e recuperar o sistema, a vítima precisa fazer um pagamento. Imagens do vírus indicam que a praga está pedindo US$ 300 (cerca de R$ 950, mas os valores têm variado) para serem pagos pela criptomoeda anônima Bitcoin até uma data limite.
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Apesar da grande número de relator de empresas e instituições, computadores pessoais com Windows não atualizados também podem ser infectados. Os computadores afetados pelo ransomware mostram uma tela com o pedido de resgate pelos arquivos sequestrados.
Ainda não é possível afirmar se alguma instituição pagou os valores pedidos, mas muitos lugares ainda estão “reféns” do ataque. Não existe uma garantia de que o pagamento desbloqueia o computador.