Antes de sofisticar as análises e ferramentas administrativas é preciso centrar-se no “arroz com feijão” empresarial. Trata-se de questões básicas para equilibrar as influências externas e internas em relação às empresas. Quanto aos fatores externos, segundo Alexandre Schwartsman, o recente resultado positivo do PIB (Produto Interno Bruto) ainda não é motivo para comemorar. O 1 % conquistado tem a força da agricultura brasileira. Enquanto os outros fatores como confiança empresarial, investimentos, geração de emprego, reformas, exportações, ainda carecem de melhorias.
Ainda no âmbito externo as dificuldades, como por exemplo, a vizinha Venezuela, que deve bilhões aos empresários brasileiros ou mesmo o “furacão Trump” e suas contendas devem ser levadas em consideração.
Quanto aos fatores internos, há de se observar que muitas empresas ainda enfrentam o choque do modelo de gestão, de quando começaram pequenos, em relação aos atuais desafios que geram a grande empresa. Este choque entre o modelo antigo e a nova realidade da organização pode ser tão decisivo para a sobrevivência dos negócios quanto às questões externas apontadas no início do artigo. A falta de comunicação e mal-entendidos ainda geram prejuízos que podem ferir e sangrar até a morte os negócios.
Para resolver esta questão as ordens precisam ser concisas, diretas e objetivas. Pedir para o funcionário repetir a ordem dada é uma forma de verificar se a comunicação realmente foi bem-sucedida. Deixar as orientações registradas em documentos ou mesmo em e-mails também ajudam a resolver possíveis mal-entendidos e geram ferramentas para a gerência acompanhar a execução das tarefas.
As incertezas que enfrentamos atualmente exigem mais consistência, agilidade e capacidade de adaptação das equipes. Do que adiantará definir um rumo para a empresa e alinhá-la com a realidade nacional e internacional da economia sem que a equipe reaja, em tempo hábil, às mudanças solicitadas?
Comunicação interna, funções e cargos bem definidos, gerência atuante e capacitada para planejar, dirigir, checar e organizar; gestão de fluxo de caixa e DRE´s, entre outros, realmente são questões básicas que não podem ser deixadas de lado! Empresas do mundo inteiro, e dos mais variados tamanhos, precisam equilibrar seus esforços nas análises de questões externas e internas que podem gerar oportunidades ou ameaças aos negócios. Mas, sem se esquecer do “arroz com feijão” empresarial.

* É consultor de empresas, CRA: 6-003457, professor