O Jornal Nacional desta segunda-feira (19) foi transmitido do novo estúdio do telejornal, que fica no coração do recém-inaugurado prédio da Redação de Jornalismo da Globo no Rio de Janeiro. Com a tecnologia a serviço da notícia, o cenário foi montado dentro de um espaço totalmente novo, que reúne jornalistas de TV e da internet.
A redação é composta pelas equipes da Editoria Rio, G1 Rio, Bom Dia Brasil, além do Jornal Nacional, e foi projetada para tornar mais eficiente o fluxo de informação e dar agilidade à produção para diversas plataformas. A GloboNews tem no local um posto avançado, para facilitar a integração com a cobertura de notícias relativas ao Rio.
“Nosso primeiro compromisso é com o jornalismo e é significativo que, no auge de um período crítico da vida nacional, estejamos inaugurando um moderno estúdio de jornalismo na Globo”, disse Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo, durante a inauguração do prédio, na tarde desta segunda-feira, reafirmando também o compromisso da empresa com a verdade, com a continuidade de seus negócios e com o Brasil.
“Somos e queremos continuar sendo uma empresa familiar, que olha para o longo prazo e – como diz um dos nossos valores – investe hoje para construir o futuro onde queremos viver. Mesmo nos momentos de crise, nunca paramos de investir. A preservação e a continuidade de nosso grupo de empresas é, portanto, o nosso segundo compromisso”, disse. Roberto Irineu estava acompanhado dos irmãos e vice-presidentes do Grupo Globo, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho (veja a íntegra do discurso no final da reportagem).
A nova redação dobrou de tamanho e passou a ter 1.370 m², ocupados por 189 postos de trabalho, 18 ilhas de edição, três de pós-produção, duas cabines de locução e salas de reunião – tudo ao redor do moderno estúdio do JN.
“O estúdio do JN, que é a estrela, é visualmente bonito, mas ele não é algo só para ser visto, é para ser usado. Tudo que encantará informará ao mesmo tempo. Esse é o grande passo que a gente está dando”, disse o diretor-geral de Jornalismo, Ali Kamel.
Inovação
“Temos o compromisso com a inovação e com surpreender a nossa audiência. É um projeto bem diferente de tudo que existe, não tínhamos referências para seguir. As inovações complementam a apresentação talentosa dos âncoras, que poderão interagir com os gráficos, correspondentes e apresentadores do tempo, por exemplo”, contou o diretor de Ilustração e Arte do Jornalismo e Esporte, Alexandre Arrabal, responsável pelo projeto.
Atrás da bancada dos apresentadores há um vidro de 15 metros em curva, desenvolvido exclusivamente para o cenário do Jornal Nacional, que dá uma perfeita visão da redação em funcionamento. O vidro é revestido por uma película que escurece sincronizada a nove projetores a laser para permitir imagens de excelente qualidade.
No fundo da redação, uma tela de LED retrátil – com 16 metros de largura, três de altura e cerca de três toneladas – dá um efeito 3D os recursos gráficos do estúdio. As artes projetadas podem ser vistas de diferentes perspectivas, segundo o movimento das câmeras.
“É um estúdio imponente. A identidade visual vem acompanhada de uma razão de ser, associando beleza e funcionalidade. Tecnologia e elementos do cenário trabalham em função da notícia. É uma maneira de levá-la ao público de forma mais clara e rápida e, por que não?, mais bonita também”, declarou a editora-executiva e apresentadora Renata Vasconcellos.
“Fiquei encantado quando entrei pela primeira vez no cenário. É emocionante ver o que estava em um projeto gráfico se consumar numa obra física, muito bonita e impactante”, afirmou William Bonner, editor-chefe e apresentador do JN.
O estúdio também tem duas câmeras operadas por braços robóticos, como os utilizados na indústria automotiva, adaptados e que se movimentam em nove eixos. Suas trajetórias são pré-fixadas ou guiadas por sensores pelo movimento dos apresentadores. Também há uma câmera de trilho de chão, que se desloca acompanhando a curva do cenário, e outra de trilho aéreo, que dá uma visão ampla de toda a redação.
A nova redação onde fica o estúdio tem uma sala de partida, que funciona como um centro de apuração e monitoramento dos acontecimentos do Rio de Janeiro, abastecendo ainda o Jornal Nacional e o Bom Dia Brasil com informações do Brasil e do mundo. Por um grande video wall é possível monitorar em tempo real agências internacionais de notícias, canais internacionais e nacionais de relevância e todos os sinais de equipes externas em trabalho no Rio. É feita aí também a escuta digital, que captura o que acontece nas redes sociais.
Nesta sala ficam concentradas ainda as chefias de reportagem e os supervisores de operações de jornalismo no Rio da Globo, da GloboNews e do G1. Dos já modernos estúdios de São Paulo, que também privilegiam a interação das equipes, continuarão saindo Jornal Hoje, Jornal da Globo, Hora 1, Profissão Repórter, Globo Rural, Bem Estar e Como Será?. Fantástico tem seu estúdio e redação próprios, assim como o Globo Repórter – estes dois no Rio de Janeiro.
“O valor maior do nosso trabalho é o nosso conteúdo. É ele que nos alimenta, nos dá força e é fundamental. Em qualquer horário, em qualquer programa ou telejornal, em qualquer mídia. Ao olhar para o futuro, a gente vê que o jornalismo de verdade é o que permanecerá e tenho certeza que juntos estamos construindo muito bem, com muita solidez, esse caminho”, afirmou o diretor geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, durante a inauguração.
Nova redação
Casa do novo estúdio do Jornal Nacional, o novo prédio da Redação de Jornalismo tem dois pavimentos. No primeiro está a redação integrada, com as equipes da editoria Rio, do Bom Dia Brasil, do Jornal Nacional, da Produção de Rede, dos sites dos telejornais, do G1, da agência News Source e de Operações, além do posto avançado da GloboNews.
O térreo abriga as operações de externa e as áreas de apoio e, para facilitar a logística, conta com um espaço dedicado ao carregamento das Unidades Móveis do Jornalismo. A construção acolheu ainda soluções sustentáveis. A fachada é revestida por uma tela com propriedades térmicas que reduzem a incidência solar e, com isso, a temperatura interna do prédio. Um telhado verde, além de servir como área de convivência, também ajuda no isolamento térmico e a iluminação em LED diminui o consumo de energia.
“Estes três compromissos – com o jornalismo, com a continuidade de nossas empresas e com o Brasil – são, para nós, indissociáveis. Só com uma empresa que permanece e se sustenta conseguimos produzir jornalismo independente. Só com a busca incessante da verdade – essência do jornalismo – se pode compreender nossas mazelas e identificar caminhos. E só uma sociedade que se reconhece e se valoriza constrói um caminho sólido para um futuro melhor”, concluiu o presidente do Grupo Globo Roberto Irineu Marinho.
Leia a íntegra do discurso de Roberto Irineu Marinho:
Bom dia,
Hoje é um dia para comemorar. Afinal, mais uma vez colocamos de pé um sonho, representado por essas fantásticas instalações que são fruto do esforço e da criatividade de tantas pessoas. Este é um momento adequado para refletir com vocês sobre o que isso representa para todos nós e reafirmar nossos compromissos com o jornalismo, com a continuidade dos nossos negócios e com o Brasil.
Nosso primeiro compromisso é com o jornalismo e é significativo que, no auge de um período crítico da vida nacional, estejamos inaugurando um moderno estúdio de jornalismo na Globo.
Somos um grupo de mídia que emprega 5.800 jornalistas em todas as plataformas, – considerados os nossos afiliados – produzindo em tempo integral notícias, análises e informação para diversos meios.
Na TV Globo, levamos ao ar mais de 7 horas de jornalismo por dia, produzimos a Globonews, nosso canal 24 horas, e o G1, nosso portal de informação.
Este investimento feito na quadra pela qual estamos passando significa reafirmar nossa paixão pelo jornalismo e o compromisso com nossos princípios editoriais.
A principal característica desta crise política não é apenas a imprevisibilidade e o alto grau de incerteza, pois isso já aconteceu antes, é a guerra da contrainformação, dos fatos alternativos, das teorias da conspiração e, por que não dizer, do mar de mentiras que nos assola, principalmente através da internet e das redes sociais.
O nosso compromisso com a verdade, com a “sua excelência, o fato”, como diria Ulysses Guimarães, nos torna um porto seguro da informação e um dos alicerces da vida democrática. Dá para imaginar o que seria se não existíssemos junto com outros respeitados baluartes do bom jornalismo no Brasil?
O Grupo Globo faz 92 anos esse ano. A partir do meu avô, Irineu Marinho, fundador do jornal ‘O Globo’ em 1925, estamos na terceira geração a conduzir as nossas empresas.
Nosso trabalho principal é cuidar da saúde do grupo de empresas e do exercício de sua missão e princípios, para entregá-lo saudável à próxima geração que continuará a mesma tarefa.
Começamos com um jornal local, entre tantos outros que eram publicados no Rio de Janeiro daquela época, crescemos para um conjunto de empresas de rádio, revistas, jornais e televisão, e agora, no século 21, tornamo-nos um grupo de mídia integrado e tão sofisticado quanto os grupos mais importantes do mundo.
Nós, da terceira geração, já incorporamos a quarta, representada por meu sobrinho Paulo e por meu filho Roberto, que seguiram um duro programa de preparação para ocupar de forma planejada posições executivas nas empresas. Além disso, meu neto mais velho, Rodrigo, membro da quinta geração, acaba de fazer seu primeiro estágio aqui.
Somos e queremos continuar sendo uma empresa familiar, que olha para o longo prazo e – como diz um dos nossos valores – investe hoje para construir o futuro onde queremos viver.
Mesmo nos momentos de crise, nunca paramos de investir.
Apenas nos últimos doze meses, começamos a construção de um novo estúdio de produção de novelas de concepção totalmente inovadora e que deve dobrar nossa capacidade de produção, inauguramos as novas instalações do jornal ‘O Globo’, adquirimos o controle do jornal ‘Valor’, investimos em serviços e plataformas digitais no Zap e na Órama, ampliamos o alcance da GloboPlay, nos associamos à ‘Vice’ no Brasil e lançamos a Nova Rádio Globo, entre diversas outras iniciativas.
Estamos com resultados pujantes de audiência na TV Globo, com produtos excelentes e inovadores, sendo vistos por mais de 100 milhões de brasileiros a cada dia.
Nós não temos tempo para o pessimismo, nem para prestar atenção aos boatos sem fundamento que com frequência lançam contra nós nas redes sociais.
A preservação e a continuidade de nosso grupo de empresas é, portanto, o nosso segundo compromisso.
Não existe em nenhum outro lugar um grupo de mídia que produza tal quantidade de conteúdo de qualidade para sua população. Somos o espelho do Brasil, refletindo seus anseios, seus problemas, seus sonhos e sua realidade. Ouvimos os brasileiros e tocamos cada um na sua razão e emoção.
Ninguém é indiferente ao que a Globo faz: somos criticados e elogiados, muitas vezes cobrados por ações que não estão no nosso escopo de atuação como grupo de mídia, o que ressalta a percepção da nossa relevância.
Trazemos para o centro de discussões causas que mobilizam e ajudam a transformar a sociedade, estimulando o debate, a diversidade e a busca de saídas para as grandes questões nacionais.
Além disso, geramos 19 mil empregos diretos e 15.800 indiretos em prestadoras de serviços e pagamos 14 bilhões e meio de reais em impostos nos últimos cinco anos.
Fazemos tudo isso com muito orgulho, pois assim fomos construídos pelos que nos antecederam. E nem saberíamos ser diferentes.
Estamos totalmente comprometidos com a sociedade brasileira.
Estes três compromissos – com o jornalismo, com a continuidade de nossas empresas e com o Brasil –, são, para nós, indissociáveis. Só com uma empresa que permanece e se sustenta conseguimos produzir jornalismo independente. Só com a busca incessante da verdade – essência do jornalismo – se pode compreender nossas mazelas e identificar caminhos. E só uma sociedade que se reconhece e se valoriza constrói um caminho sólido para um futuro melhor.
Parabéns a todos…