A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira (9) uma operação em São Paulo na sede da empresa JBS para busca e apreensão de material. A operação é resultado das investigações da Comissão de Valores Mobiliários sobre a compra e venda de dólares da empresa por causa da delação de Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, controladora da JBS.
O objetivo é investigar a atuação da companhia no mercado de dólar futuro e negociações do acionista controlador com ações da empresa. As operações foram feitas dias antes da divulgação da delação premiada dos executivos da empresa, que mexeu com o mercado financeiro.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da JBS, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos três semanas após o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologar a delação premiada dos proprietários do frigorífico JBS.
Após a assinatura da delação, a JBS admitiu que havia comprado dólar nos dias anteriores. A compra na véspera do vazamento dos aúdios da delação premiada da JBS teria levado a empresa a obter ganhos financeiros, já que a cotação da moeda disparou 8,15% após a delação ser divulgada.
Em comunicado divulgado no dia 19 de maio, a JBS afirmou que as compras de dólar “seguem alinhadas à sua política de gestão de riscos e proteção financeira“.
Na véspera, a J&F fechou acordo de leniência que prevê o pagamento de multa de R$ 10,3 bilhões a ser paga em 25 anos, a maior já aplicada no mundo por um acordo deste tipo.