Para nós, cristãos, é fácil ficarmostentados a nos prendermos em todo o fervor político. Pode até ser tentador pensar que a legislação ou que partidos políticos são a chave para resolver os problemas morais que afligem a nossa sociedade. Mas esta é averdadeira solução?
Havia um tempo quando os brasileiros desaprovavam universalmente uma série de atitudes, como o adultério, o divórcio e o aborto, por exemplo. Eles acreditavam que a promiscuidade sexual era absolutamente errada. A linguagem obscena era considerada inapropriada. Hoje em dia, a maior parte da sociedade defende toda forma de comportamento, antes considerada imoral, como um direito civil inalienável.Como os tempos e a cultura mudaram!
A Igreja Cristã não influencia a cultura talvez por ter se distanciado dos padrões e princípios eternos das Sagradas Escrituras. Os poucos vestígios do cristianismo em nossa cultura são, na melhor das hipóteses, fracos, descompromissados e, para uma sociedade cada vez mais pagã e distante de Deus, são apenas cultuais e bizarros. Religiosidade vazia, inócua.
O que os cristãos devem fazer frente a tanta corrupção moral?Muitos pensam que é apenas um problema político, que só será resolvido com uma estratégia política. Mas essa é uma visão adequada? Eu não acredito. O declínio ético e moral do nosso país é um problema espiritual, não político, e sua solução é o Evangelho, e não a política partidária.Ao longo da história protestante, os segmentos da igreja visível que voltaram sua atenção para questões sociais e políticas também comprometeram a sã doutrina e rapidamente diminuíram sua influência na sociedade. Os cristãos que ao longo da história defenderam que o trabalho social e a reforma moral eram mais importantes do que a prática dos princípios bíblicos, logo abandonaram qualquer aparência de cristianismo.
A Bíblia deve ser consultada, pois ela nos instrui a respeito da perfeita justiça. Ela exibe o governo moral de Deus como princípio em suas relações com as nações, e com os indivíduos; E era a consciência deles da ação e presença de Deus na história que faziam os profetas pregadores, não apenas aos seus compatriotas, mas ao mundo em geral. Eles almejavam não as melhores instituições, mas melhores homens. O uso de métodos temporais para promover a mudança legislativa e judicial, e recorrer a esforços externos de lobby e intimidação para conseguir algum tipo de “moral cristã” na sociedade não é nossa vocação por não terem valor eterno. Somente o Evangelho resgata os pecadores do pecado, da morte e do inferno; depois de transformados por Jesus Cristo, tornam-seagentes eficazes na cura de sociedades e nações decaídas.
*Pastor presbiteriano