Expectativas não atendidas roubam nossa felicidade e contentamento. Mas o nosso coração, o centro da fé cristã, deve nos lembrar diariamente que nossas expectativas normalmente não se enquadram na grandeza, bondade e sabedoria de Deus. A cruz nos lembra que Deus nos enviou o Messias que realmente precisamos, a maior bênção que carecíamos de receber.Apocalipse 5 ajuda-nos a ver este ponto de forma clara colocando o Calvário na perspectiva celestial. O capítulo começa com um enigma: Deus está segurando um pergaminho, fechado, em Sua mão, e julgará Seus inimigos e salvará Seu povo. Um anjo levanta a questão crucial: quem é digno de quebrar os selos e abrir o livro? Então, um dos anciãos celestiais oferece uma palavra de esperança: “— Não chore. Olhe! O Leão da tribo de Judá, o famoso descendente do rei Davi, conseguiu a vitória e pode quebrar os sete selos e abrir o livro.”(Ap 5.5).
O digno Rei, o Leão de Judá, o Filho de Davi conquistou no Calvário o direito de abrir o pergaminho – este é o Evangelho! Isto é o que o profeta Isaías predisse há muito tempo: “Sairá um descendente do rei Davi, filho de Jessé… E o Espírito do Senhor estará sobre Ele…Com justiça Ele julgará os pobres, e defenderá com equidade os mansos da terra; e Ele castigará a terra com a vara da Sua boca, e com a respiração dos Seus lábios matará os ímpios” (Isaías 11.1-2, 4). Este era o Messias que os judeus esperavam, e muitos deles pensavam que Jesus preencheria essa descrição do trabalho real – ser esse tipo de Messias quando Ele proveu pão às multidões, curou os cegos e os coxos e ressuscitou os mortos. Eles abraçaram este rei enquanto Ele cavalgava em Jerusalém em um jumento e gritavam “hosana (salve-nos, Senhor)!”
Mas a Sexta-feira Santa sufocou suas esperanças e sonhos. Jesus foi pregado e morto na cruz, e sobre ela o governador afixou um sinal que dizia: “Jesus de Nazaré, o Rei dos judeus”(João19.19). Este sinal sarcástico ridicularizou o desejo de Israel pelo Filho maior de Davi.O corpo sem vida de Jesus matou as expectativas dos judeus fiéis.Mas, apesar de todas as aparências trágicas, a Sexta-feira Santa foi, na verdade, um dia de vitória e não de derrota. Ironicamente, o aviso na cruz que pretendia ridicularizar Jesus, na verdade proclamou a grande verdade: Jesus realmente é o Rei – o tipo de Rei que dá a Sua vida até pelos Seus inimigos.O povo queria um líder ousado, forte como um leão para executar juízo e justiça, e é precisamente o que Jesus fará na Sua segunda vinda (Ap 19.11-16). Mas primeiro Jesus entregou-se como Cordeiro para resgatar Seu povo de seus pecados – um problema muito maior do que a ocupação romana.A cruz exige uma resposta de nós. Confiamos, reverenciamos e seguimos a Jesus o Cordeiro morto como nosso Rei?
*Pastor presbiteriano