A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Presidente Prudente, informou, em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira (25), que as quatro pessoas presas devido a suspeitas de envolvimento na morte da adolescente de 15 anos que foi encontrada em uma estrada rural, em Álvares Machado, no dia 30 de junho, são “amigos, conhecidos do mesmo bairro e de bairros próximos” à vítima. Entre os detidos está uma moça de 18 anos, dois homens – de 30 e 38 anos – e um rapaz, de 18 anos, que na época do crime era menor e assim responderá, caso comprovada a sua participação.
Algumas informações ainda não foram divulgadas, pois a investigação corre em sigilo e cautela. Entretanto, alguns esclarecimentos foram dados pelo delegado titular da especializada, Pablo Rodrigo França. Os suspeitos detidos são pessoas que “mantiveram algum relacionamento” com a vítima, com idades aproximadas, e que “acabaram no momento dos fatos, se comprovada a participação de todos, conduzindo outros amigos desses amigos da vítima”.
Os quatro indivíduos foram detidos e apreendido durante uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira (25) para cumprir, em Presidente Prudente, Álvares Machado, Rancharia e também no estado do Mato Grosso do Sul, mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. “Os laudos começaram a chegar, o que possibilitou que tivessem algumas representações cautelares e percebemos que era o momento de ter a primeira parte desta operação com várias buscas domiciliares e prisões de suspeitos”, disse o delegado.
Conforme explicou o titular da DIG, os laudos não materializam só o homicídio, mas as qualificadoras. “Foi um homicídio triplamente qualificado”, afirmou França. “Vai ser percebido a possibilidade de sequestro, de crime sexual também, a possibilidade de tortura”, declarou.
“Então, ele conseguiu materializar a gravidade do caso e, além do mais, demonstrou toda a sequência do crime na data dos fatos. Já o laudo de alguns objetos que nós localizamos em outras residências, que já chegaram, conseguiu fazer a ilação para possibilitar a prisão dos suspeitos”, salientou o delegado.
Ciúmes
A motivação da prática do homicídio, de fato, ainda é reservada pela polícia, mas o delegado adiantou que, caso seja comprovada a participação dos suspeitos detidos nesta terça-feira (25), “tudo leva a crer que foi um crime vinculado a ciúmes”. Foi por meio da motivação que os agentes chegaram aos quatro possíveis envolvidos.
“Essas pessoas continuam respondendo a inquérito policial. A polícia não aponta culpa, nós apontamos indícios, e só a Justiça, ao final do processo, aponta culpados. Então, é muito importante que a sociedade saiba que eles são simplesmente suspeitos. No final do processo penal, a Justiça pode dizer quem é culpado ou inocente”, salientou França.
A possível função de cada um no crime ainda não foi definida e faz parte da continuidade do inquérito. “Os suspeitos são colocados na cena do crime e, agora, com o resultado de novas perícias junto às apreensões de hoje [terça-feira, 25], vai ser possível, de alguma forma, individualizar condutas”, explicou o delegado.
Apreensões e prisões
Durante a operação, a Polícia Civil apreendeu três veículos – um Fiat Pálio, um VW Gol e um Fiat Parati – e alguns objetos. “Os carros apreendidos vão passar por uma perícia específica na tentativa de localização de material biológico ou vestígios de sangue”, relatou o delegado. Já os pedaços de corda, encontrados em locais diferentes, serão submetidos a análises para verificar “se há compatibilidade com a mesma corda utilizada nas amarras da vítima”.
Os quatro suspeitos foram ouvidos para o ato policial em si e ratificar a legitimidade dos autos, segundo França, entretanto, a oitiva será realizada na “parte final”. “Quando tiver o aglomerado de todos os indícios vamos chamá-los novamente para a delegacia, retirá-los da prisão temporária, para fins de liberá-los ou proceder o formal indiciamento”, declarou o titular da DIG.
Os maiores permanecerão presos temporariamente por 30 dias, que são prorrogáveis pelo mesmo prazo, caso o inquérito necessite. “Assim vamos ter a conclusão total da parte policial do procedimento”, afirmou, ainda, o delegado. O menor foi colocado à disposição da Vara da Infância e da Juventude e uma audiência determinará se haverá ou não a internação.