Poucas vezes paramos para pensar como nascem e crescem as cidades. Podemos começar mais longe e lembrar dos primeiros povoamentos e aglomerados do início da era da agricultura, onde os homens começaram, pela primeira vez, a se fixar em seus territórios e a produzir seu próprio alimento.
E por essa razão e pela necessidade da água para sobrevivência, as cidades nasceram às margens dos rios, grandes e pequenos, por toda a civilização global.
As famílias foram crescendo, a economia se desenvolvendo e as cidades criando novas formas, embora o Brasil, já seja bastante urbanizado, com mais de 80% da população vivendo nas cidades, o mundo acaba de romper a barreira dos 50%, e esse movimento e busca pelas cidades cresce rapidamente, principalmente nos países asiáticos.
A atividade imobiliária, na construção de cidades, é presente e fundamental. Os bairros de nossas cidades foram, em algum momento, um sítio ou fazenda que, através do parcelamento do solo, se tornaram ruas, parques, e novos espaços urbanos.
As redes de água, esgoto, drenagem de águas de chuva, pavimentação, eletrificação, enfim, toda a infra-estrutura e até mesmo áreas doadas por esses empreendedores para que se transformassem em creches, escolas, praças, estádios de futebol e tantos outros equipamentos públicos para atender a população.
Com o crescimento das cidades, os bairros se transformam e crescem rapidamente com a construção de casas, alguns deles verticalizam com a incorporação de edifícios, tanto residenciais quanto comerciais.
Novos empreendimentos surgem para atender a população e pouco percebemos que toda a cidade ao nosso redor cresce e oferece oportunidade de geração de renda com a visão de uma ou mais pessoas, enfim, de cidadãos que investem tempo, dinheiro e muita energia na realização de sonhos.
Através do empreendedorismo é que o mundo se desenvolve, e a indústria imobiliária sempre esteve presente, na realização do sonho da casa própria e centro das famílias, mas também na construção dos hospitais onde as vidas se iniciam e também, muitas vezes, se encerram.
As cidades vivem em constante transformação e, a maior parte delas, em crescimento, principalmente nos países em desenvolvimento. É importante que, neste processo de construção e crescimento, o planejamento seja feito para que as cidades evoluam e tragam mais qualidade de vida para os seus cidadãos.
A discussão, desse planejamento, tem se tornado cada vez mais frequente e democrática, mas é importante também encontrarmos um modelo de crescimento que queremos e com visão de longo prazo.
Temos tantas variáveis e temas relevantes nessa discussão, onde decisões tomadas podem e trazem desdobramentos, muitas vezes irreversíveis. É preciso encontrar o nosso modelo para o futuro urbano, aprendendo com as cidades européias, americanas e asiáticas. Estamos ainda na busca pelo modelo brasileiro onde queremos ter uma vida ao estilo americano e com cidades, desenhadas no seu início, com conceitos e planejamentos portugueses.
Temos ainda a oportunidade, principalmente em cidades médias brasileiras, de buscar, em conjunto com a sociedade e poder público, modelos. Todos queremos cidades que tragam mais alegria, qualidade de vida e beleza e são com decisões de longo prazo, mas também na rotina diária, com decisões adequadas, que podemos e muitas vezes escolhemos como será o futuro de nossas vidas.
*Presidente do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP)