A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), divulgou nesta quinta-feira (24) que o roubo de veículo registrado em um semáforo da Avenida Brasil, em Presidente Prudente, na verdade não ocorreu. O crime foi inventado por um homem, de 39 anos, para que a família não o repreendesse pela sua recaída ao uso de substância entorpecente.

Foi registrado que no dia 18, às 23h, na Avenida Brasil, próximo ao Terminal Rodoviário, a vítima trafegava pela via em um Renault Sandero quando foi abordada por dois homens que, simulando ter uma arma na cintura, determinaram a saída do automóvel e consumaram o roubo, fugindo em sentido ignorado.

A DIG foi acionada para investigar o caso e, durante o trabalho de campo e inteligência, cruzamento de dados e elaboração de todo o percurso, o crime foi esclarecido.

Conforme relatou a especializada, a “vítima”, após uma recaída pelo uso de substância entorpecente, foi a um ponto da cidade e “emprestou” o veículo para adquirir a droga. Porém, saiu do local sem aguardar o retorno do automóvel. Em sua residência, “para não ser repreendido por sua conduta”, o homem “inventou” o roubo e, para corroborar a fraude, foi à Polícia Civil no domingo (20) para registrar o falso assalto.

O indivíduo responderá criminalmente pela sua conduta, conforme o artigo 340 do Código Penal, que dispõe sobre a falsa comunicação de crime, com pena de detenção de até seis meses.

Quanto ao veículo, ele foi recuperado pela Polícia Militar após abordagem realizada no Jardim Itapura, nesta terça-feira (22), devido ao bloqueio da placa. O carro permanece apreendido.

O fato também será enviado à Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) para verificação de possível tráfico de drogas.

 

Registro

 

Conforme o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil, havia duas pessoas no carro. Uma das vítimas conduzia o veículo pela via, quando parou o mesmo em um semáforo, ao obedecer a sinalização vermelha. Nesse momento, os ocupantes foram abordados por dois estranhos, que “davam a entender que estavam armados”, pois colocavam as mãos na cintura, sob as camisetas, e disseram: “saem do carro que é um assalto”, segundo a ocorrência.

 As vítimas desceram do automóvel e os ladrões fugiram com o mesmo no sentido à linha férrea. Conforme o registro, um dos ladrões era branco, magro, altura aproximada de 1,80 metro, usava pulseira em um dos braços, além de boné e jaqueta de cores escuras.

O outro bandido era pardo, magro, tinha aproximadamente a mesma altura do comparsa, e também usava boné e jaqueta, segundo o documento policial.

Dentro do carro ficaram o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV), um bloco de anotações, chaves, roupas e sapatos. Já no porta-malas, havia latas vazias para a coleta de solventes, ainda de acordo com o boletim.

Foi solicitado o bloqueio do veículo.