“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14.13).
Uma das regras de ouro para a interpretação da Palavra de Deus é que não devemos pinçar um versículo isolado e fazer dele um ensinamento, sem verificar o contexto próximo e remoto. Explico. Contexto próximo é o texto que vem imediatamente antes e depois do versículo em estudo. Chamamos de contexto remoto tudo o que está distante, mas ao mesmo tempo envolve o texto analisado. Devemos sempre investigar: qual o contexto? O parágrafo está abordando que assunto? E o capítulo? E a seção? Aqui identificaremos uma relação entre os elementos do texto, e conseguiremosdescobrir o sentido da passagem bíblica. Todo texto deve ser interpretado dentro do seu contexto. Como diz um ditado muito corrente entre nós pastores, “texto tirado de contexto é pretexto”. Muitos usam textos isolados do contexto para confirmar as suas teoriasfavoritas e muitas vezes fraudulentas. Não sejamos ingênuos, para não cairmos nessaarapuca!
Voltando ao texto de João 14.13, quero advertir a respeito do cuidado que devemos ter ao interpretar este versículo fora do seu contexto, para não cairmos na armadilha de elaborarmos um pensamento que nada tem a ver com o pensamento do Autor. Alguns desavisados, ou mal-intencionados, afirmam que é só orar em nome de Jesus Cristo, como se fosse uma fórmula mágica, que automaticamente Deus dará tudo o que queremos. O contexto em que este versículo está inserido nos mostra que Jesus Cristo estava ensinando aos Seus discípulos que eles deveriam recorrer ao Pai, em Seu nome, para exercerem o ministério da evangelização e fazer obras ainda maiores do que Ele, Jesus, havia feito.
Qual a finalidade? Que o Filho revele a natureza gloriosa do Pai. Este é o fim último indicado pelo contexto. Orar não é exigir de Deus, como alguns ensinam, que Ele nos dê um carro de luxo, que nos ajude a saldar nossas dívidas, enfim, que satisfaça nossos caprichos. Por vivermos numa geração mimada, individualista, acabamos erroneamente transferindo para o nosso relacionamento com Deus a visão da cultura consumista que nos envolve.
Busque ao Deus Pai não pelo que Ele pode fazer, mas por quem Ele é: o Pai amoroso que tem prazer em se relacionar conosco. Em Mateus 6.33 está escrito: “Portanto, ponham em primeiro lugar na vossa vida o Reino de Deus e a Sua justiça, e Ele lhes acrescentará todas as demais coisas”.
*Pastor presbiteriano