A Promotoria de Justiça de Indaial informou que o aluno de 15 anos suspeito de dar um soco na professora Marcia Friggi, de 51 anos,tem histórico de violência doméstica e envolvimento com drogas, bem como passagens por agressão.
“O Ministério Público avalia que, confirmada essas acusações [agressão a professora e histórico de violência], seja possível postular uma internação”, disse a promotora de Justiça de Indaial, Patrícia Tramontim.
Na segunda-feira (21), dia da agressão, a professora fez boletim de ocorrência contra o estudante. Ela disse à polícia que o caso ocorreu na sala da direção de uma escola municipal de Indaial após ela chamar a atenção do aluno. Segundo ela, o soco foi forte o suficiente para jogá-la contra a parede.
Ainda segudo a promotora, para a solicitação de internação é preciso aguardar que a Polícia Civil repasse as informações finais do caso. Na terça (22), o delegado responsável pelo caso, José Klock, afirmou que quer concluir o inquérito até o final da semana.
De acordo com o Ministério Público, o adolescente já teve que prestar serviços a comunidade e teve outros atos infracionais.
“Em casos de lesão corporal costuma-se por padrão nessa promotoria pedir a prestação de serviço comunitário. O que temos como agravante neste caso é a reincidência, esse histórico de desrespeito tanto na família, como no colégio”, diz a promotora.
Patrícia também conta que o aluno tem histórico de evasão escolar. “A família precisa dar o suporte, o pai, a mãe, precisam fazer o enfrentamento da situação com o adolescente. A gente precisa ver no município, se ele permanecer aqui, alternativas que possam colocar ele no devido caminho. Não se transforma um adolescente de 15 anos de uma hora pra outra”, afirma a promotora.
Histórico de agressões
Em 2016, o adolescente já havia sido denunciado por lesão corporal contra a própria mãe e, em 2017, por ameaça contra um Conselheiro Tutelar, que acompanha o desenvolvimento do rapaz. Na ocasião, o jovem havia afirmado que daria um soco no rosto do profissional.
Conforme a promota, ele também bateu em um colega de classe em outra escola.
Depoimentos
Marcia prestou depoimento na terça-feira. Klock afirmou que o depoimento da professora foi basicamente o que ela já havia relatado no boletim de ocorrência. “Coerente, discurso normal”, resumiu. “Ela não quer represália contra o adolescente, não quer que gere mais violência“.
Nesta quarta (23), a polícia deve ouvir a diretora e mais três pessoas que estavam com ela na sala onde teria ocorrido a agressão. Em seguida, o adolescente deve prestar depoimento.
“Já entramos em contato com a mãe dele. Vamos buscá-lo, levá-lo. Temos interesse de dar prioridade ao caso em virtude do clamor público”, declarou o delegado.