Pela primeira vez, o município de Junqueirópolis participou da campanha “Setembro Amarelo”, com programação pela valorização da vida e prevenção ao suicídio. A realização foi da Prefeitura e Secretaria Municipal de Saúde por meio do Caps I (Centro de Atenção Psicossocial) com apoio da Santa Casa, NUP (Núcleo de Urgência Psiquiátrica) e Ambulatório de Saúde Mental, Nasf, Judiciário, Ministério Público, OAB, Polícia Militar, Associação Comercial de Junqueirópolis e Jmarinho carro de som.
De acordo com informações da coordenadora do Caps I, Selma Santana, a programação contou com iluminação de alguns prédios públicos na cor amarela; Caminhada pela Valorização da Vida promovida na quarta-feira (6) e no próximo dia 28, às 14h, na Casa da Cultura de Junqueirópolis, haverá capacitação sobre saúde mental com todos os profissionais da Saúde.
Ainda de acordo com Selma Santana, a campanha visa à conscientização, com a quebra do tabu em torno do tema (suicídio), além de ajudar na prevenção, sendo necessário um esforço coletivo. “Quebrar tabus não é fácil, pois é preciso esclarecer, conscientizar e estimular a prevenção para reverter situações críticas” afirma.
A coordenadora pontua que o problema de saúde pública (suicídio) ainda é muito recorrente, principalmente, pelo desconhecimento das pessoas sobre as causas, tratamentos e serviços disponíveis. “Muitas vezes, familiares e amigos não reconhecem os sinais de que alguém vai tirar a própria vida. Aliás, a própria vítima não entende que precisa de ajuda e acaba se afundando cada vez mais em uma solidão desesperadora, esclarece”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos se a pessoa buscasse ajuda e se tivesse a atenção de quem está à sua volta.
PSIQUIATRIA – A psiquiatra Daniela de Oliveira Guidini alerta familiares e amigos a identificar alguns sinais. “Tristeza intensa e durante vários dias, falta de interesse e planos para o futuro, falar frases como – você estaria melhor sem mim – ou – talvez eu devesse sumir-, tentativas prévias de suicídio e a doação inexplicada de objetos valiosos, são sinais de que a pessoa está considerando o suicídio”, explica.
A médica também orienta que os principais fatores de risco associados ao comportamento suicida são condição de saúde limitante; doenças mentais e aspectos sociais. “Deve-se escutar com paciência, não julgar, não dizer que a pessoa está fazendo drama ou exagerando, nem falar que ela precisa ser mais forte. Ninguém mergulha nesse estado sentimental por escolha própria, ninguém quer se sentir assim e ninguém deseja continuar nesse estado”, pondera.
Daniela Guidini reforça a necessidade da compreensão e da conversa por parte dos familiares e amigos, além da ajuda médica profissional.

 

CAPS I JUNQUEIRÓPOLIS: O Centro de Apoio Psicossocial (CAPS I) é aberto e comunitário, com equipe multiprofissional, composta por: coordenador, médico psiquiatra, enfermeiros, técnicos de enfermagem, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social, farmacêuticos, artesã, serviços gerais, motorista e educador físico, realizando atendimento a usuários com transtornos mentais graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em geral sem excluir aqueles decorrentes do uso de crack, álcool ou outras drogas.

CVV – O Centro de Valorização da Vida é um serviço voluntário gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone (141) 24 horas todos os dias.