Integrantes do Movimento Social de Luta Campo e Cidade (MSL) invadiram na noite desta quarta-feira (6) uma propriedade rural, em Rancharia. De acordo com o movimento, cerca de 100 famílias estão acampadas no local nesta quinta-feira (7), feriado nacional em comemoração ao Dia da Independência do Brasil.
O objetivo do ato é em prol da reforma agrária no país, como também repudiar tanto a reforma da Previdência Social, quanto a redução de investimentos relacionados à habitação social, segundo o MSL.
“A reforma da Previdência Social ameaça especialmente a aposentadoria dos trabalhadores rurais, homens e mulheres do campo tão excluídos pela atual falta de política pública social”, cita o movimento em uma carta aberta.
No documento, o MSL ainda afirma que “hoje os projetos habitacionais são desenvolvidos para o lucro e fortalecem a especulação imobiliária, impossibilitando ainda mais o acesso de famílias de baixa renda à moradia digna”.
Conforme a Polícia Militar, também existem registros de invasões de terras em Presidente Epitácio e São João do Pau d’Alho, realizadas por outros movimentos sociais.
Itesp
Em nota enviada ao G1 nesta quinta-feira (7) a Fundação Instituto de Terrras do Estado de São Paulo (Itesp) informou que a competência constitucional da reforma agrária é da União, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Para contribuir com o desenvolvimento da agricultura familiar, o governo do Estado destina áreas julgadas devolutas para implantar assentamentos. Desde a década de 1980, foram criados 138 onde vivem quase sete mil famílias.
Desde 2011, o governo do Estado assentou 476 famílias de trabalhadores rurais em Teodoro Sampaio, Mirante do Paranapanema, Marabá Paulista, São Simão, Araras e Itaberá, segundo a nota.
Ainda conforme o Itesp, “nos últimos sete anos, o governo paulista investiu mais de R$ 30 milhões nos assentamentos estaduais em infraestrutura e insumos. Além disso, criou o Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS) e o subprograma PPAIS leite para comprar a produção da agricultura familiar”.
Incra
O G1 solicitou um posicionamento nesta quinta-feira (7) ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária sobre o caso, mas não obteve resposta até o momento desta publicação.