O concurso que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo ora realiza para selecionar cerca de dois mil diretores de Escolas Estaduais é pioneiro. Pela primeira vez, adota-se um padrão que, além do mérito e da titulação, levará em conta a performance do diretor. Após aprovação, ele permanecerá durante três anos confiado a uma capacitação constante e a um acompanhamento que aferirá o seu desempenho. A efetividade no cargo dependerá da satisfação desses requisitos.

        A sistemática não é nova para outras carreiras, dentre as quais a Magistratura. A vitaliciedade só se adquire depois de dois anos de efetivo exercício. E se a ideia é saudável para o Poder Judiciário, não pode deixar de sê-lo para a Educação. Campo sensível, mais do que delicado e relevante para o redesenho do futuro da Nação.

        A experiência mostra que um bom diretor – no mais das vezes uma boa diretora – faz toda a diferença na Escola Pública.

        Todos sabem que a policrise brasileira é gravíssima. Começou ética, resvalou para a moral. Chegou à política e comprometeu economia e finanças. Ninguém ficou imune aos efeitos desse cataclismo. As Escolas Públicas também sofreram. Perdas evidentes, só superadas mediante o sacrifício, o entusiasmo e o idealismo de quem continua a encarar a profissão de ensinar como verdadeira missão.

        Pois existem escolas que, nas mesmas condições de dificuldades, enfrentam a borrasca de maneira garbosa. Com galhardia. Com criatividade. Ânimo elevado. Confiança no rumo certo. Esperança de dias melhores.

        Essa liderança da Diretora contamina toda a Equipe. É uma satisfação verificar que muitas escolas contam com esse exemplar único, esplêndido e merecedor de reconhecimento. Gratidão e admiração crescentes por esses gestores que mantêm o leme na direção correta, enfrentando a borrasca sem temor.

        Muitos deles sequer são efetivos. São designados e respondem com altaneira pela missão que lhes foi confiada. A Secretaria só pode almejar que eles sejam bem sucedidos na avaliação e aferição dos títulos, para que continuem, efetivados, a prestar os excelentes serviços que já oferecem à insuperável causa da educação brasileira.

De qualquer forma, os aprovados terão de vencer outras barreiras, todas levantadas para fazer com que a escola pública se qualifique a se tornar a cada dia mais próxima do ideal com que todos os brasileiros têm direito a sonhar. Nossa imensa esperança na safra nova de Diretores que já começarão a trabalhar na Rede Pública Estadual ainda em 2017.

*Secretário da Educação do Estado de São Paulo