A Unesp/Campus Dracena desenvolve, desde o ano de 2012, em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia  dos Agronegócios (APTA)/PóloAndradina,um trabalho de pesquisa sobre sistemas integrados do produção agropecuária. O estudo é coordenado pela professora doutora Cristiana Andrighetto (Unesp/Dracena) e doutor  Gustavo Pavan Mateus (Apta/Andradina), com a colaboração do professor doutor Gelci Carlos Lupatini,  envolvendo também alunos de graduação e pós graduação.

De acordo com a professora Andrighetto, os sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) são caracterizados como uma estratégia de produção sustentável que integra na mesma área, atividades agrícolas, pecuárias e florestais.

“Essas atividades podem ser em rotação e/ou consórcio de culturas de grãos, forrageiras, espécies arbóreas e produção animal. Os sistemas melhoram as condições físicas, químicas e biológicas do solo, viabilizam a recuperação de áreas degradadas, diversificam a renda do produtor rural, diminuem a ociosidade da terra, mitigam emissões de gases do efeito estufa, aumentam o sequestro de carbono e melhoram o bem-estar dos animais”, esclarece Andrighetto.

No trabalho são avaliados três sistemas integrados de produção agropecuária: Integração lavoura pecuária (ILP), integração lavoura pecuária floresta (ILPF) com 196 eucaliptos/ha e integração lavoura pecuária floresta (ILPF) 448 eucaliptos/ha.

“O objetivo é estudar o impacto dos sistemas nas características do solo e da pastagem, produtividade e bem-estar animal, qualidade da carne e da carcaça, desenvolvimento dos eucaliptos e o custo de produção”, informa a professora-doutora.

O projeto foi implantado em uma área degradada e para a sua recuperação foi  realizado o plantio da soja, no mesmo ano foi feito o plantio dos eucaliptos e após a colheita da soja foi cultivado o milho com a forrageira para a formação da pastagem.

Após a formação da pastagem iniciou-se o primeiro ciclo de bovinos de corte da raça nelore. “De acordo com os dados de custos de produção constatou-se que  a receita produzida com a colheita da soja e do milho compensou os custos de implantação dos sistemas e ainda recuperou a área degradada.  Já no primeiro ano do projeto observou-se aumento de 33% na matéria orgânica do solo”, constata Cristiana Andrighetto.

Além disso, as árvores presentes nos sistemas avaliados reduziram a temperatura ambiente melhorando o conforto térmico dos animais. A professora doutora  afirma que,“a sensação térmica dos animais nos sistemas com árvores é 6,4ºC menor, que nos sistemas sem árvores”, o que contribui para a melhoria do bem-estar dos mesmos.

“Os resultados mostram até o momento excelentes índices de produtividade animal com produção de carne de qualidade”,  explica Andrighetto.

O projeto está em andamento é financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e faz parte das atividades do projeto de extensão universitária “Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pastagem e Bovinocultura de Corte (NUPEE)”. O segundo ciclo de bovinos de corte, iniciou-se em junho de 2017, com animais de cruzamento das raças Angus e Nelore. O experimento será finalizado no ano de 2019 com o corte das árvores.