A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o suposto envolvimento de um ajudante geral de 29 anos em dois casos de estupros de vulneráveis que vitimaram duas enteadas dele, em Mirante do Paranapanema. Os casos ocorreram em 2009, quando as meninas tinham seis e cinco anos de idade, mas só foram revelados nesta semana, depois que as hoje adolescentes, com 14 e 13 anos, souberam da prisão do ajudante geral por aliciamento de crianças através de um perfil falso criado em uma rede social na internet. Após a prisão, as garotas resolveram contar os episódios a que foram submetidas a seu pai, que procurou a Delegacia da Polícia Civil, em Mirante do Paranapanema, para relatar a situação.
O pai, de 45 anos, contou à Polícia Civil que se separou da mãe das meninas em 2005 e ficou com a guarda das filhas. Após a separação do casal, a mãe das garotas foi morar com o ajudante geral.
Segundo a Polícia Civil, os abusos sexuais das crianças ocorreram em duas ocasiões, no ano de 2009, em fins de semana, quando as meninas foram visitar a mãe, que morava com o ajudante geral.
Enquanto a mãe dormia…
Enquanto a mãe das meninas dormia, o homem fechava a porta do quarto, onde estavam a mulher e a garota mais nova. Segundo o relato apresentado à Polícia Civil, ele levava a menina mais velha para outro quarto e começava a passar as mãos pelo corpo da vítima, por cima da roupa, inclusive na genitália. Em seguida, ele trocava as vítimas, deixando a mais velha no quarto com a mãe e levando a mais nova para o outro cômodo. O homem, conforme o registro feito pela Polícia Civil, fechava a porta, colocando um criado-mudo do lado de fora para dificultar a abertura, e fazia as mesmas coisas com a menina mais nova.
Ainda conforme o relato apresentado à Polícia Civil, o homem pediu, nesta segunda vez, que a menina mais velha “chupasse” seu órgão genital, o que ocorreu.
De acordo com o registro feito pela Polícia Civil, os abusos sexuais aconteceram em mais um fim de semana, com as duas irmãs, que contaram a situação para a mãe, mas a mulher “nem ligou” e disse que era “mentira” das meninas.
Desse dia em diante, as filhas nunca mais foram visitar a mãe na casa em que morava com o ajudante geral e somente a viam na residência da avó materna.
Somente após a prisão do ajudante geral, na semana passada, as filhas resolveram contar o caso a seu pai, que decidiu procurar a Polícia Civil.
O homem de 29 anos foi preso em flagrante na noite de 28 de setembro, em Mirante do Paranapanema, após os pais de uma menina de nove anos descobrirem que ele mantinha conversas íntimas, de cunho sexual, com a filha, através de um perfil falso em uma rede social na internet.
O ajudante geral usava um nome feminino e os pais da vítima marcaram um “encontro” com ele, no horário de saída da filha da aula, o que permitiu que a Polícia Civil o abordasse. Logo após a prisão, uma segunda menina, também de nove anos, foi identificada como outra vítima do aliciador pela internet.
Os casos foram registrados pela Polícia Civil com base no artigo 241-D do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata do crime de aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso, com pena de reclusão de um a três anos e multa.
Na tarde da sexta-feira (29), a Justiça decretou a prisão preventiva do ajudante geral.