farol do Parque Aquático da Cidade da Criança, em Presidente Prudente, abriga um casal e um ninho de curicacas, espécie de ave nativa da região que pode ser encontrada em grande parte do Brasil, principalmente em vegetação aberta, com lagoas e campos.

O ninho, que está com dois ovos, foi construído na estrutura de ferro da parte superior do farol. A torre de 15 metros de altura é utilizada pela recreação do parque e serve para ornamentar o espaço.

De acordo com a bióloga Isabela Alves de Lima, a curicaca (Theristicus caudatus) entra no período reprodutivo entre julho e novembro.

 

“Essas aves costumam construir ninhos em árvores altas ou rochas, geralmente em locais altos, provavelmente por esse motivo o farol foi escolhido pelo casal”, explica.

 

 

Curicacas construíram ninho no farol da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)

Curicacas construíram ninho no farol da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)

A curicaca vive em pequenos bandos ou sozinha e, na época reprodutiva, a espécie forma colônias para nidificar. “Nesse caso, é estranho, pois apenas dois espécimes escolheram essa área”, comenta a bióloga.

A ave da família Threskiornithidae alimenta-se de artrópodes, insetos, lagartos, ratos e caramujos, e põe cerca de cinco ovos que são chocados por um período de 20 a 25 dias, após o qual o casal cuida dos filhotes.

A bióloga da Cidade da Criança salienta que os animais não serão removidos do Parque Aquático. “Sempre preferimos deixar a responsabilidade de criação com os pais. Assim, quando esses filhotes estiverem aptos, poderão partir com os adultos”, ressalta.

 

Curicacas construíram ninho no farol da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)

Curicacas construíram ninho no farol da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)

 

Despertador do Pantanal

 

Ave que gosta de planar nas alturas, a curicaca (conhecida também como curicaca-comum, curicaca-branca e curicaca-de-pescoço-branco) tem outra característica marcante: é chamada de despertador do Pantanal, pelo grito forte que emite e que lhe dá nome (por ser semelhante ao som de seu canto).

De hábitos bem distintos, vive em pequenos bandos de oito a dez aves ou sozinha e costuma buscar alimento em campos de gramíneas ou em alagados, mas raramente dentro d’água. Para isso, tem no bico longo e curvo seu mais importante aliado, já que consegue extrair larvas e outros insetos da terra fofa.

Além deste detalhe físico, ela se distingue pela coloração clara e asas largas, com dorso cinzento e brilho esverdeado. Os machos são um pouco maiores do que as fêmeas, atingindo 69 centímetros de comprimento. Quando chega a noite, empoleira-se em árvore para dormir. Costuma gritar nesta hora e ao clarear o dia.

 

Pata-selvagem

 

O toboágua do Parque Aquático também abriga um ninho. Pela segunda vez neste ano, uma pata-selvagem escolheu o local para realizar a postura. A ave pôs 12 ovos embaixo da rampa verde e, de acordo com a veterinária Érica Silva Pellosi, a pata adotou o local inusitado pois se sente segura para chocar e cuidar dos filhotes.

 

Curicacas construíram ninho no farol da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)

Curicacas construíram ninho no farol da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)

 

Torre de 15 metros de altura fica no Parque Aquático da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)

Torre de 15 metros de altura fica no Parque Aquático da Cidade da Criança (Foto: AI/Cidade da Criança)